Na Andaluzia também se fala de
independência. Proposta inclui Alentejo e Algarve
09 de
OUTUBRO de 2017 - 08:26
A Catalunha
não está sozinha nas ambições independentista. A TSF ouviu uma associação da
Andaluzia que quer avançar com o conceito de independência da região. Alentejo
e Algarve estão incluídos.
A Assembleia Nacional
da Andaluzia está a preparar uma proposta, para ser apresentada no
próximo dia 4 de dezembro, para declarem "teoricamente" da
independência da Andaluzia. Mas, o mapa que traçaram para a República de
Estados-províncias inclui o Alentejo e o Algarve e o Rife Marroquino.
Para já,
garantem que não passa de "uma experiência", para demonstrar como
funcionaria uma república no sul da península, a partir de um conceito que
dizem ser "filosófico", mas com um objetivo traçado muito claro.
O repórter
João Francisco Guerreiro conversou com Pedro Inácio Altamirano.
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"O que
queremos, os andaluzes, é proclamar a nossa independência, para partir daí
fortalecer e conseguir uma República co-federal de povos ibéricos", disse
à TSF o presidente da Assembleia Nacional Andaluza, Pedro Inácio Altamirano.
O escritor,
pintor e dramaturgo espanhol, com ligações estreitas ao governo catalão
adiantou que "dia 4 [de Dezembro] vamos criar uma espécie de governo da
República - virtual - para que os andaluzes possam observar como se governa a
Andaluzia a partir da Junta de Andaluzia e de Madrid e como se poderia governar
a Andaluzia a partir de um governo de um República".
"Os
andaluzes vão poder observar como se ditam as leis desde um lugar para outro e
- obviamente que com um governo da República que é virtual e sem qualquer poder
de decisão -, mas vamos poder mostrar aos andaluzes de que forma governaríamos
a Andaluzia a partir de um governo federal - a partir de uma verdadeira
autonomia, uma verdadeira independência da Andaluzia", acrescentou,
frisando porém que a iniciativa é "simbólica".
"O dia
4 de dezembro é um dia muito especial para nós. Porque, há precisamente 40
anos, mais de 2 milhões e meio de andaluzes saímos à rua porque o Estado
espanhol queria marginalizar a Andaluzia, em relação a outros territórios que,
sendo menos nação do que Andaluzia, iam ser premiadas com um tratamento
especial, como é o caso da Catalunha ou do País Baco. E, nós, os andaluzes,
dissemos que não, que a Andaluzia não era uma região mais e que a Andaluzia não
ia ficar fora desse apoio".
Alentejo e
Algarve incluídos na proposta
O objetivo é
levar a cabo uma experiência, para demonstrar como funcionaria uma república
naquela região do sul da península. Mas, "perseguindo o sonho de Boas
Infante" e os seus "pensamentos filosóficos", a proposta que vai
ser apresentada em dezembro inclui o Alentejo e o Algarve no mapa de um futuro
território da Países Andaluzes.
"Evidentemente,
estamos muito unidos ao Algarve e ao Alentejo", assume Altamirano, embora
diga que para já, a anexação de território português não passe de um
"conceito teórico".
"Evidentemente
estamos a falar de conceitos filosóficos de cultura e de uma relação de
irmandade", exclame, assumindo porém que esse "conceito" precisa
de ser explorado e "o ideal seria que num futuro, numa Europa dos povos,
esta identidade que nos une seja reconhecida".
"Quem
sabe se o que se passa na Catalunha não acelera a reforma constitucional e essa
reforma política, necessária com urgência no Estado espanhol e possamos
caminhar até essa outra unidade da Península Ibérica que é a república
co-federal de povos ibéricos que é o que queremos todos os povos democratas
ibéricos", disse.
Para ver o
original:
Segundo
certos pontos de vista, em que as constituições não servem para nada, logicamente
vão concordar com isto.
Jorge Morais
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