sábado, 7 de outubro de 2017

Quem lhe terá encomendado o sermão?

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Cada vez vejo mais gente que se diz democrática, mas só em causa própria e em defesa de posições mesquinhas e vergonhosas.
E, acerca do desejo soberano da Catalunha se tornar definitivamente independente do jugo de Espanha, mais um desbocado, repescado pela comunicação social, afirmou que a independência da Catalunha “seria o fim da Europa”.
Quem tal disparate proferiu foi Manuel Valls, ex-primeiro ministro de França, ex-líder do PS francês, nascido em Barcelona, filho de mãe italiana e de pai catalão.
No entanto, os catalães, que os seus opressores dizem estarem a afrontar a Constituição espanhola, têm na Constituição portuguesa um forte apoio muito solidário entre povos que queiram tomar nas suas mãos os seus próprios destinos.
Assim, vejamos o que nos diz a tal respeito o artigo 7º sobre ‘Relações Internacionais’: “Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência e ao desenvolvimento, bem como o direito à insurreição contra todas as formas de opressão”.
Logo, a Catalunha, para além de ser uma comunidade autónoma reconhecida pelo Estado espanhol, tem também língua e cultura próprias e um território.
Portanto, a mesma situação sucedeu com o povo de Timor-Leste ao retirar a tirania que o subjugava à opressora Indonésia.
Finalmente, Portugal não pode fingir que não vê o que está a acontecer ao povo catalão. Há que nos pormos ao lado de quem esperou séculos para a sua emancipação e não sermos só retóricos constitucionalmente.

José Amaral

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