Seca meteorológica e
noticiosa
Para quem tiver tempo e pachorra para sintonizar os canais
ditos de notícias, assiste ao martelar dos mesmos assuntos a todas as horas, o
dia inteiro e muitas vezes por dias seguidos.
Depois de uma ligeira pausa, voltaram a montar as
traquitanas em locais onde o fogo tudo consumia, “incendiando” desalmadamente
os televisores de toda a gente, mostrando o dantesco espectáculo como se de
vulgar diversão se tratasse.
E nada de construtivo alguma vez se viu saír daquelas intervenções
“noticiosas”, como questionar habitantes e autarcas por que razão se mantiveram
impávidos com o mato até à porta das casas, depois de terem visto o que por
todo o lado tinha acontecido.
De facto, em vez de ficarem à espera que os incendiários
descobrissem que ainda faltava arder ali - quanto mais não fosse para
justificar a promoção que deles fazem as televisões – e depois andarem a correr
desnorteados de um lado para o outro, atirando baldinhos de água para o inferno,
teria sido bem mais racional terem posto as barbas de molho, quando viram as do
vizinho ardendo...
Pois, mas isso, se calhar, não ia ser notícia, as televisões
não iam mostrar interesse, e o que lhes dá mesmo gozo é aparecer em frente às
câmaras a fazer queixa de tudo e todos, menos penitenciarem-se da sua própria
negligência.
Amândio G. Martins
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