terça-feira, 2 de abril de 2013

Mudar políticas em Portugal. Urgência nacional

É preciso um projeto político que seja capaz de reverter completamente as políticas que têm sido concretizadas. Desde que a intervenção da troika foi iniciada no nosso país, as políticas do Governo apoiaram um único sector – a banca – ao qual não foi pedida nenhuma contrapartida... Só a austeridade não é, nem poderá ser, o único caminho. Sabe-se que a dívida contraída é insustentável a médio/longo prazo e à medida que a economia se contrai, com mais empresas a falir, elevado desemprego, retração no consumo e empobrecimento, a somar ao engano das experimentações governamentais, a possibilidade de pagar esta dívida gigantesca (com lucros obscenos) torna-se ainda mais insustentável.
Também o caminho imposto de somas de austeridade aos países do sul, Portugal incluído, é feito numa lógica punitiva pela Alemanha, agora acolitada pela Holanda e alguns países do norte da Europa. Curiosamente, nestas nações, as condições vantajosas de acesso ao crédito por parte das empresas, bem como os preços mais baixos dos fatores de produção, coloca-as numa posição de supremacia e de concorrência desleal. Continuando a nossa economia com dificuldades, elas também atingirão a banca. Uma economia a decrescer, crédito mal parado, dificuldades no pagamento do crédito das empresas e famílias, ficamos outra vez colocados na iminência dum segundo resgate à banca. No débil nível de desenvolvimento da nossa economia, exigem-se instrumentos de mutualização da dívida – os Eurobonds – que funcionarão como equilibradores económicos na nossa Zona Euro.
Vítor Colaço Santos

2 comentários:

  1. Espanta-me continuar a ver repetida uma conversa que não só não nos leva a lado algum como ainda demonstra que maioria dos portugueses ainda não perceberam a causa do mal que nos afecta e levou até aqui. E sem conhecer a doença não adianta nem passar a receita nem aviá-la.

    Santana-Maia

    ResponderEliminar
  2. Exprimir sentimentos, querer colaborar na cura do enfermo, mesmo que este esteja em estado de coma, não é prova de insanidade. Os portugueses, sempre gostam de receitar alguma coisa ao vizinho doente e, em último análise, receitam mesinhas ou recomendam o curandeiro, se já perderam a esperança na medicina oficial. É preferível atirar com palpites, mesmo errados, porque é prova de interesse pela causa e não ficar a morder-se por dentro. Se só os sábios pudessem ter opinião seríamos um país de mudos, porque se os que os que foram elevados a tal categoria criaram no seu seio a desgraça que temos no país, é urgente arranjar novas categorias.

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.