Os recentes
acontecimentos em Paris já foram muito analisados, mas para além do óbvio, que
foram assassínios premeditados e a sangue frio, houve um aspecto que
poucos denunciaram. É que os anteriores ataques terroristas levados a cabo por
fanáticos fundamentalistas, tiveram pelo menos a "ética"
revolucionária do martírio pessoal. É claro que às inocentes vítimas, pouco
importaria ou importará agora, o martírio dos seus algozes, mas pelo menos
teria ficado um "cheirinho" de idealismo. Assim, com esta frieza e
selvajaria, pouco mais retemos do que um estilo de bandidos mafiosos, que nos
tempos da Lei Seca nos EUA, assassinavam os seus concorrentes e adversários por
um punhado de dólares. No que toca à reacção do nosso ministro dos Negócios
Estrangeiros, pecou por descabida. Compreendo e aceito que teremos de cumprir
as nossas obrigações de defesa, designadamente as da NATO, a que há muito
pertencemos. Mas deploro esta atitude de nos pormos em bicos dos pés, para dar
nas vistas com o nosso protagonismo. Somos um país pequeno, com uma
pequeníssima economia, dependente de estrangeiros, e que tem uma tradição
secular de os receber bem. Graças a Deus, não temos (ainda) tido terrorismo na
nossa terra. Não vamos agora provocar os extremistas, só para "mostrar serviço"
aos nossos parceiros. Eles próprios, que gostam de aqui passar férias, não
terão gostado desta "agressividade" bacoca e despropositada. Não
quero com isto dizer que nos ajoelhemos a estes algozes fundamentalistas. Mas
mostrar firmeza nos princípios, também pode ser feito com sensatez e
serenidade.
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