A D. Maria
da Neves e o Senhor Augusto - com o mesmo apelido - partilharam nos últimos
quatro anos, em modo forçado, metade dos seus rendimentos de reforma para
apoiar os filhos em dificuldade.
O Zé António
Balbino, e a esposa que Balbina é, entregaram a casa ao banco por incumprimento
de crédito. Foram eles e os catraios para casa dos pais, casal aposentado.
O Zézinho
Papaléguas e a namorada – que ainda não partilham apelido – doutorados e
pós-doutorados, fizeram-se à descoberta de novas cartografias.
O Senhor
Doutor Abel Rato – divorciado antes das intempéries – deu-lhe um esgotamento de
doentes em demasia no centro de saúde, e abalou para o conforto de uma
instituição de saúde privada.
Ao Manuel
Honório – de relações dúbias, e portanto sem partilha de apelidos com mais
ninguém – professor de matemáticas no ensino público, fizeram-no excedentário e
anda agora a arrastar a asa pelos botequins.
O Amilcar e
a Joaquina – colegas de viatura nas rondas da PSP da esquadra em que servem –
estão a pagar, os dois juntos e apesar de géneros e tamanhos diferentes, a
mesma farda e os apetrechos, para cumprirem com zelo a missão nobre que lhe
cabe em profissão.
O que é que
toda esta gente maravilhosa tem em comum?
O facto da
Senhora Ministra das Finanças não os considerar elegíveis para receberem um
bónus pelo esforço, abnegação, e profissionalismo no contributo para a
arrecadação de receitas e também não terem tido a sorte de serem funcionários
do Ministério das Finanças.
E o que é
que eles ainda têm mais em comum?
O facto de
estarem a assistir impávidos e vegetativos a um acto de corrupção activa.
E o que é
que nenhum deles tem em comum?
Não serem
cidadãos empreendedores e bons profissionais, exemplos dos exemplos, como
aquele amigo de Aguiar da Beira, uma referência para o primeiro ministro, que na adversidade de ver as poupanças
perdidas num banco de duvidosa proveniência, conseguiu com esforço, ousadia e
persistência, reconstruir uma vida do nada, lá fora, no desconhecido da
adversidade.
Comentário oportuno de crítica à decisão do Governo de "gratificar" os funcionários que se dedicam a extorquir multas e impostos, ao cidadão em dificuldade, sem dó nem piedade. A desumanidade está implantada e, neste país, começa a ser impossível viver de cabeça erguida.
ResponderEliminarHoje no Público!!
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