Vivemos numa era em que as condições de igualdade entre pares, ainda estão longe de ser uma realidade, embarcada num discurso propagandista, que nos leva a pensar que a igualdade existe mesmo.
Nada mais volátil e enganador. Se é certo que em relação aos anos 90 e início do século XXI, estamos melhor no que respeita á aproximação salarial entre homens e mulheres, certo é também, que para haver verdadeira igualdade, ela tem de ser transversal a todos os parâmetros igualitários pelos quais se rege uma sociedade livre.
Uma sociedade livre, não é aquela que vive aprisionada no medo de crescer e com medo de errar; uma sociedade livre, é aquela que cresce, erra e aprende, remediando o erro através de práticas sociais que a vão tornar um modelo quase perfeito de total integração dos seus cidadãos.
As políticas de igualdade no nosso Portugal, ainda estão muito distantes de atingir o grau de exatidão que queremos ver refletido no quotidiano mas para la caminhamos; no entanto, até atingir esse grau, existem preconceitos bacocos, com os quais temos de lidar todos os dias.
Os direitos adquiridos, foram adquiridos porque houve sempre alguém , individual ou coletivamente, que lutou para que os referidos fossem uma realidade e atingissem uma proporção de equilíbrio, conjuntamente com os deveres associados, apesar de nos últimos anos, a tendência ditar que são mais os deveres que se evidenciam do que os direitos que se destacam.
Uma das nossas grandes lacunas, e por conseguinte das sociedades modernas e desenvolvidas, como a nossa, é o constante esquecimento dos direitos de acessibilidade para todos, porque nem todos somos cidadãos com plena capacidade de mobilidade.
Para mim, uma sociedade só se torna livre, quando todos os cidadãos que dela são parte integrante, têm igualdade de oportunidades e igualdade de acessos sem qualquer tipo de condicionante ou restringimento. Uma sociedade só se torna efetivamente livre, quando se livra das correntes preconceituosas que a enredam tornando os seus movimentos inúteis.
Uma sociedade agrilhoada, não será nunca uma sociedade pacífica pois viverá sempre atormentada pelos direitos que não consegue colocar no terreno.
Lutar pela igualdade, é bonito de se dizer mas quando chega a hora de essa luta e essa igualdade virem para campo aberto, há portas que nem se chegam a abrir. Já não bastava ter de abrir mentalidades; ainda temos de derrubar as portas e os muros da ignorância que condenam ao ostracismo e esquecimento, os cidadãos com mobilidade reduzida.
Nem todos somos livres, porque se assim fosse, a questão da luta pela igualdade de princípios, não se colocava.
Para sermos livres, não basta ser: há que parecer e fazer disso uma bandeira de ordem na conquista pelos valores éticos e morais dos direitos sociais.
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