Aquilo lá para os lados de Alvalade vai uma festa. Parece que naquela
circular secundária tudo corre numa paródia que provoca para já sonoras
gargalhadas até às lágrimas. É compreensível que assim seja. Afinal não são
todos os que podem vivenciar com Jesus, apesar de por lá estar também um Deus
de nome João mas num escalão abaixo, por uma questão de organização daquele
clube de santos, do qual esperam muitos venha a tornar-se num paraíso. Para já
é só entusiasmo e alegria. Porém somos
assaltados por uma calamitosa questão. Sendo Marco Silva o treinador dos leões,
até ver, qual será no staff dos sportinguistas o papel de Jesus, o tão
esperado e promissor salvador, domador de feras e adamastores, senão o de
empreiteiro, decorador, designer, assentador de tijolo no mínimo? É que de
acordo com o que se tem lido, este Jesus é mais do cimento, pois até agora vem
exigindo à sua nova casa de cofres nebulosos, obras pouco caridosas ou sem a
graça que tem entrado nos sketches humorísticos que fizeram soltar aos adeptos
adaptados as primeiras alegrias. São as exigências de estruturas físicas tais
como melhoria e renovação do ginásio, salão de conferências íntimo, colocação
de painéis motivadores para os apóstolos que partirão para nova cruzada,
contratações a desejo próprias de superstar com brilho, afastamento de quem
possa atrapalhar no momento de ajoelhar, etc. mais comédia e tal. Ora se Marco
Silva for apenas um marco firme em levar por diante os seus direitos e não
alinhar nesta comédia da cerimónia que teve lugar no Coliseu dos Recreios que
meteu um só violino no relvado de cinco que a história regista faz tempo, a
Jesus filho do Vi(rg)olino, outrora atleta dos leões sem brilho no passado mas
recuperado agora para emoção dos presentes na festa dos suspiros, o que lhe
resta senão entregar-se à direcção das obras exigidas sem levantar muita
poeira? É que os sócios do clube alfacinha, não querem já já já a seguir, outra
coisa, senão os títulos com que têm sonhado. Caso contrário a casa vai abaixo
por entre rugidos do leão ferido, e não haverá J.Jesus nem J.Deus que lhes
valha e a tempo de lhes administrar a santa unção. As lágrimas tão emotivas voltarão,
mas de tristeza, e a honra do leão cairá pelo relvado como cartaz abandonado,
destroçado, sem que Jesus lhe valha como a Lázaro de Betânia valeu, e muito
menos o palmelão Octávio.
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