quarta-feira, 4 de junho de 2014

Chegar a Cardeal de Lisboa implica desaparecer publicamente?


Não sendo crente tenho desde sempre grande admiração pelo trabalho de D. Manuel Clemente, nos mais diversos locais e especialmente cá no Porto, bem como pelo que sempre foi escrevendo e lhe mereceu muito justamente ser premiado, e até pelas “aparições” públicas em vários locais e até eventos, sempre com a palavra certa e com apoio a quem dele nas mais diversas circunstâncias, necessitava.

Por certo, agora em Lisboa, com mais responsabilidade, dado que é o cargo de maior importância na Igreja de Roma para o nosso País, fará muito trabalho de bastidores e não terá tempo ou apetência para aparecer mais, publicamente.

Porém, nestes tempos tão difíceis e complicados, todos, mesmos nós não crentes, necessitamos de ouvir Pessoas que nos têm algo a dizer -com verdade e conteúdo - e que o dizem frontalmente, e tínhamos a “isso” sido habituados com Manuel Clemente. E faz falta estar a tão pouco aparecer.


O Papa Francisco que para crentes dirá muito, mas a não crentes também nos diz, continua intensa e acertadamente a aparecer, e a fazer-se ouvir. E a fazer mostrar a diferença positiva, que sendo cada vez mais difícil, não é totalmente impossível, neste tempo de desnorte e de demasiadas pessoas a falar quando melhor fariam se caladas ficassem.

O próprio Obama que perdeu, não por culpa própria mas também pelo momento, pelo sistema, interesses e dinheiros, e por quem o rodeia a maioria das apostas que teria querido levar até ao fim, mas, ainda não desistiu. E ainda é ouvido e “bem aparecido” quando a todos, não só americano, fala.

À sua e nossa dimensão seria interessante continuarmos a ver, ouvir e ler D. Manuel Clemente, como acontecia quando estava cá no Porto.

Por vezes dizem- se calhar sem fundamento – que quando se vai do Porto para Lisboa algumas relevâncias ficam pelo caminho. Por certo “isto” é mais uma maledicência que uma verdade. Mas seria importante para todos neste País tão desnorteado, continuarmos nos vários quadrantes a ouvir as poucas Pessoas que temos – algumas nunca deixaram e bem de falar-nos - e que nos podem muito dizer, entre as quais mesmo a não crentes, o D. Manuel Clemente.

Assim o esperamos!
(DN, 2-5-2014)
Augusto Küttner de Magalhães

 

4 comentários:

  1. Os tempos estão difíceis, e quem tem responsabilidades que afectam milhões de pessoas não pode agir como se nada se passasse. Cada hora que avança nesta sociedade traz novos problemas ou multiplica os existentes. Tive a sorte de ouvir o professor Manuel Clemente nalguns cursos da Universidade Católica e achei que, para além da sua sabedoria, é um homem simples e do melhor trato. Sou agnóstico, logo não pertenço ao rebanho de qualquer pastor, pelo que tenho uma opinião não comprometida. Às vezes um certo retiro é necessário para repensar caminhos.

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    1. Sem dúvida, mas estas Pessoas que teem saber e são simples do trato, devem ser quem a todos fala, mesmo a nós não crentes.

      Os do costume nada dizem....antes pelo contrário....que se calem.....

      abraço

      augusto

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  2. Ao prosador do texto e ao comentador Tapadinhas, os meus respeitos.

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