“Babulal Gaur, ministro indiano,
defende que a violação é um crime que "às vezes é certo, outras vezes é
errado" e critica que os responsáveis sejam condenados à morte. Partido do
Governo indiano já se distanciou das declarações.”
Fonte : Jornal Expresso
Por vezes fico na dúvida que estejamos
no século XXI e que tenham passado 70 anos sobre a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
DIREITOS HUMANOS , adoptada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de Dezembro de 1948.
Quando leio declarações como a
acima reproduzida, proferida por um ministro de um país que assinou o diploma (
recordo que o mesmo foi assinado com 48 votos a favor , 8 abstenções e duas
ausências ), reforço a minha convicção de que existem certos organismos
internacionais que são apenas fachada para tachos, jogos de interesses e
negociatas de âmbitos que na maioria dos casos é preferível nem sabermos.
Relembro que, embora não
formulada como tratado, a DUDH foi expressamente elaborada para definir o
significado das expressões “liberdades fundamentais” e “direitos humanos”, tornando-os
obrigatórios para todos os estados membros.
Quando se consultam dados
históricos sobre esta declaração, ficamos com a “tranquilizadora sensação” de
que a assinatura da mesma e a fiscalização por parte nas Nações Unidas do seu
cumprimento por parte dos estados membros, a tornaria numa poderosa ferramenta
de pressão diplomática e moral sobre governos que violam qualquer de seus
artigos.
Pois…mas não… não temos o menor
motivo para nos sentirmos tranquilos porque grande parte dos países que
assinaram a DUDH, não só a violam sistematicamente, como a violam com total
impunidade, sem que a ONU lhes imponha qualquer tipo de sanções ou repreensões.
Este ministro indiano, ao
proferir estas declarações, no mínimo deveria ter sido demitido das suas
funções e a Índia que nos presenteia diariamente com noticias e imagens bem
elucidativa de total desrespeito respeito pelos direitos humanos, neste caso
das mulheres, já há muito deveria ter sido banida da ONU.
Na realidade e sem querer
extremar posições, atrevo-me mesmo a sugerir que a ONU reveja não só a DUDH,
como tenha a coragem de escrutinar, com ética, isenção e moral os países que
efectivamente cumprem os preceitos aprovados na mesma. Se o fizer, estou segura
que terá uma muito desagradável surpresa que porá em causa provavelmente até a
sua existência.
Mas como o ser humano tem mais de
cínico e de hipócrita , do que de humanidade e é bem mais “simpático” aprovar
bonitas declarações do que depois zelar pelo seu cumprimento, resta-me o
lamento de que o mundo se tenha tornado nesta mixórdia de Entidades e
Instituições de fachada, que não servem para quase nada e apenas dão um ar sério a coisas muito sujas
e muito feias que entretanto se passam no mundo aos olhos de toda a gente.
Este ministro mete-me nojo…mas
mais nojo me mete o gritante silêncio que estes temas geram junto das entidades
que deveriam exigir e pugnar pelo fim destes hediondos crimes contra a
humanidade.
Não sou de todo uma pessoa
fundamentalista e até tenho investido muito do meu esforço de formação na
compreensão de culturas diferentes daquela em que fui educada.
Não tenho nada de etnocentrismo e
sou uma pessoa de mente aberta e receptiva à diferença, mas não tenho qualquer
tolerância pela barbárie, de género ou de qualquer outra índole., por isso
DENUNCIO.
Pode não valer de nada, mas é a
minha consciência e a Mulher que há em mim, que reclama este grito e não
prescinde dele sob pena de sufocar.
Hoje pelas mulheres Indianas, mas
com o rumo que o mundo está a tomar, quem sabe se dentro em breve não teremos
que o fazer, também por nós.
Pensem nisso e por favor, não se
calem.
Sem dúvida:
ResponderEliminar- é necessário denuuciar.
- é necessário repetir.
- é necessário não calar.
Augusto
Enquanto eu tiver voz e me deixarem falar e escrever, esteja certo que não me calarei.
ResponderEliminarBem haja
Graça
Tem toda a razão do Mundo a sua indignação é mais do que justa. A barbárie seja onde fôr que aconteça exercida sobretudo sobre crianças e mulheres, deveria deixar o Mundo envergonhado,e por isso todos somos poucos para a denunciar , repudiar e condená-la. Força para todas as Graça deste mundo que não se calem! Receba um abraço solidário.
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