domingo, 15 de junho de 2014

«Quem mais escolhe morrer..."

"Eles vivem numa cidade melancólica, triste e desesperada, onde a taxa de suicídio aumenta de ano para ano. Para levar a vida, esta família ganha o seu sustento com a loja mais concorrida da cidade, a loja dos suicídios, onde disponibiliza todo o material para sossegadas formas de pôr fim à própria vida. Tudo corre como esperado até nascer Alan, o terceiro filho. Ao contrário de toda a gente daquele lugar, ele é a verdadeira encarnação da alegria de viver." Esta é a história de A Loja dos Suicídios, um filme de animação de Patrice Leconte que o PÚBLICO divulgou ontem, dia 14.
Na mesma edição do Público, leio: "Nos primeiros quatro meses deste ano registaram-se 294 suicídios". " Quem mais escolhe morrer são os maiores de 75 anos, amíude acometidos de isolamento, depressã, doenças crónicas incapacitantes. (...) Lisboa é o que apresenta maior incidência de suicídios (...)". "Desde 2011 registaram-se mais suicídios do que mortes na estrada".
É (mais que) tempo dos políticos se perguntarem se estas mortes não podiam ser evitadas.
É tão preocupante e assustador o nº de suicídios apresentado. Mesmo que fosse apenas metade, mesmo que fosse um quinto. São mais de duas pessoas que, por dia, "escolhem morrer"...
Existe, em Portugal, o Plano de Prevenção da Depressão e do Suicídio. Por trás está uma excelente iniciativa. Já surtiu efeito a sua acção junto da população mais vulnerável "e os que poderão ser mais afectados"?
Temos que fazer alguma coisa na nossa comunidade, na nossa freguesia... Visitar os idosos. - Porque não? Uma hora por semana não é muito do nosso tempo.
Não deixemos que a (nossa) realidade se torne num (triste e macabro ) argumento para ficção...

3 comentários:

  1. Céu,

    O suicidio perturba, não perturba,ficamos sem sentido!
    É muito pouco provável, a não dizer impossível, que possamos ter uma opinião sobre um acto, accão própria, decisão definitiva sobre a não continuidade, cansaço de continuidade sobre uma existência.
    Concordo obviamente que me desconforta muito uma decisão brutal de desistência.
    Desconforta-me no entanto muito mais, este viver, que não é viver , mas um marinhar - habitual a estas gentes - num suicídio, apesar de quasi mortos.

    ResponderEliminar
  2. Já vivi um morboso estado acerca do suicídio. E, não considero tal estado emocional, como uma fraqueza vivencial.

    ResponderEliminar
  3. O perigoso é tratar este tema, tão profundo, com demasiada assiduidade. Todos os seres sensíveis têm momentos de angústia e desespero. O mais sensato é não sermos egoístas e lembrar os outros que nos rodeiam e que merecem, de nós, muito respeito e amor. Depois, o tempo cura as moléstias e a alegria voltará. Nada de tragédias, porque a vida é a única certeza que nos resta.

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.