terça-feira, 17 de junho de 2014

Expulso da selecção!


A propósito da nossa derrocada perante a Alemanha no Mundial de futebol, importa começar por confessar que não está em causa a sua vitória, mesmo que Portugal não tivesse "ajudado". Portugal é um País periférico e pequeno, ainda por cima com a canga do resgate financeiro. Temos sempre que jogar melhor que os grandes países, porque estes dominam o "sistema", como alguns preferem dizer. Por isso considero absolutamente imperdoável o comportamento no campo do jogador Pepe. Useiro e vezeiro neste tipo de comportamento agressivo e violento, já expulso várias vezes no seu clube e na selecção, tem um historial que deveria ter sido neutralizado com adequada terapia psicológica. Se não se quis tratar, ou os tratamentos (a existirem), pelos vistos, não resultaram, não tem lugar na selecção nacional, do nosso país, ou do Brasil, se lá quiser regressar um dia. Imaginem uma plateia de quase um bilião de pessoas a verem em directo a agressão do nosso jogador, e as consequências que isso teve na imagem do nosso país ou do nosso futebol. O fenómeno Maradona um dia marcou um golo com a mão, e isso nunca mais foi esquecido. Esta atitude insolente e até ordinária com o jogador alemão, pode compreender-se num qualquer bairro de drogados e marginais, nunca num campo de futebol, e muito menos numa selecção nacional. Note-se que o fenómeno não é novo, e em todas as nossas participações nos Mundiais, sempre tivemos jogadores expulsos. Acho que as culpas não são só dos jogadores violentos. São principalmente de quem os escolhe, de quem os mima, de quem os idolatra, e esquece que são (deveriam ser) profissionais dos mais bem pagos no mundo desportivo e não só. Exija-se por tudo isso que tenham maturidade, equilíbrio e respeito pelos árbitros e pelos adversários, já para não falar na nossa bandeira. O treinador Paulo Bento já foi duro com outros jogadores que foram indisciplinados, vamos a ver como procede agora com o seu "amigo" Pepe. Este e futuros desordeiros, que sejam expulsos da selecção, para que possamos um dia ter orgulho da nossa camisola.
OBS. Publicado na íntegra na edição do jornal "Público" de 18/6/14

2 comentários:

  1. Nalguns países, nas altas esferas da política, do futebol ou das finanças, não se valoriza os comportamentos éticos dos indivíduos, porque funcionam por grupos de interesses sem moral e sem princípios, porque só interessam os lucros imediatos. Lembrar que João Pinto, expulso por agressão em jogo da selecção nacional, que teve problemas com o fisco devido a verbas de transferências, sem que se reconheça qualquer formação específica administrativa é vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol e corre mundo nessa representação. Este Pepe, se não fosse um jogador do Real Madrid, que muito investiu na sua contratação, devia ter sido irradiado quando agrediu, barbaramente, um adversário caído fora do rectângulo. Foi castigado com um número elevado de jogos de suspensão, depois reduzido, porque o Real recorreu. Isto está tudo podre e não há volta a dar, porque é um surto epidémico transversal na sociedade.

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  2. Caro Joaquim, concordo com o que diz, mas a minha surpresa e protesto reside em esses comportamentos que denuncia, serem também aceites em equipas nacionais, de bandeira. Que os chamados clubes de futebol, hoje verdadeiras empresas privadas só com o lucro na mira, aceitem e promovam jogadores violentos, isso até eu já vinha a aceitar. Agora em jogos onde tocam o hino nacional, com toda a solenidade, e depois os nossos representantes fazem essas sujeiras, isso confesso, já não consigo engolir. Pena que os tanques já não possam sair à rua, pois isto cada vez cheira mais a 1926.

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