A 21 de Janeiro de 1961, morre, em
Lisboa, João Henrique Pereira Villaret, tendo nascido em Lisboa no dia 10 de
Maio de 1913 que foi actor, encenador e declamador português. Artistas e
intelectuais desfilaram perante a urna com os restos mortais de João Villaret e
milhares de pessoas estiveram presentes no seu funeral, numa impressionante manifestação
de pesar.
No Teatro, depois de ter frequentado
o Conservatório Nacional de Teatro, começou por integrar o elenco da companhia
de teatro lisboeta Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro.
Mais tarde, fez parte da companhia
teatral Os comediantes de Lisboa,
fundado em 1944 por António Lopes Ribeiro e i seu irmão Francisco, mais
conhecido por Ribeirinho.
Teve uma interpretação considerada
antológica na peça Esta Noite Choveu
Prata, de Pedro Bloch, em 1954, no extinto Teatro Avenida, em Lisboa.
No Cinema, Villaret surge em: O Pai Tirano, de António Lopes Ribeiro
(1941), numa breve aparição, como mudo e cego; Inês de Castro, de Leitão de Barros (1945), onde representou
Martin., o bobo; Camões, de Leitão de
Barros (1946); Três Espeljos, de Ladislao Vadja (1947), onde representou o
inspector; Frei Luís de Sousa, de António
Lopes Ribeiro (1950), no papel de criado; O Primo Basílio, de António Lopes
Ribeiro (1955).
Declamador: Nos
anos 1950, com o aparecimento da televisão, transpõe para este meio de
comunicação a experiência que adquirira no palco e em cinema, assim como em
programas radiofónicos. Aos domingos declamava na RTP, com graça e paixão,
poemas dos maiores autores nacionais.
Ficaram célebres, entre outras, as suas interpretações
de:
Procissão, de António Lopes Ribeiro (1955);
Cântico negro, de José Régio;
O menino de sua mãe, de Fernando
Pessoa.
Encontram-se no mercado edições, em cd, do trabalho de
Villaret como declamador.
Na música: Na
música é de destacar, pela sua originalidade:
Fado falado, de Aníbal Nazaré e Nelson de Barros
(1947), na revista 'Tá Bem ou Não 'Tá?, onde se pode ouvir: «Se o fado se canta
e chora, também se pode falar».
Homenagens: A 2 de Abril de 1960 João Villaret foi
feito Oficial da Ordem Militar de Sant’iago de Espada.
Em Lisboa o Teatro Villaret recebeu o seu
nome como homenagem pela sua carreira.
Em Loures há uma escola com o nome de João Villaret. A
escola ensina desde o 5.º até ao 9.º ano.
Lembro-me dele tão bem, mas o Mário Jesus faz-me recordá-lo melhor. Tudo vai, tudo passa, somente a saudade fica.
ResponderEliminar