Numa entrevista recente, o representante diplomático de Portugal em Moçambique afirmava a importância e força diplomática que as grandes empresas portuguesas conferem ao país. Como é notório, a entrada de capitais estrangeiros nestas grandes companhias de bandeira nacionais com importantes reservas de “Know-how”, valor acrescentado e relevância estratégica (EDP, EFACEC, TAP etc.), retiram a Portugal, parte da força politica e diplomática, deixando-nos reféns dos interesses de estrangeiros, que muitas das vezes não coincidem com os interesses nacionais. Caso as referidas empresas se mantivessem na posse de investidores portugueses a opção por estes mercados seriam uma aposta séria. Além disso, as PME´s constituem importantes fornecedores destas grandes companhias e poderiam também, elas próprias, à “boleia” entrar e expandir a sua actividade nestes mercados, potenciando a formação de uma plataforma entre África, Ásia, América e Europa. Pelo contrário, quando tais empresas se encontram em “mãos” estrangeiras, geralmente passam por processos de reestruturação que envolvem despedimentos, venda de activos no exterior e imposição de cortes aos pequenos e médios fornecedores nacionais. Neste contexto, a expansão e internacionalização da economia nacional fica seriamente comprometida, com impactos na criação de riqueza e emprego.
João António do Poço Ramos
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