João Semedo conquistou o meu voto para Marisa. A sua
intervenção na campanha, que muitos classificarão de eleitoralista e/ou oportunista,
teve, para mim, uma autenticidade ímpar . Não sei qual o estado de saúde do
médico e ex-deputado. Pela aparência, o seu testemunho foi de grande
sacrifício. Interrogo-me se eu próprio, em estado semelhante, teria a coragem
de saltar para a ribalta e defender uma causa, ainda que das maiores, com tanto
denodo – e amor, como salientaria a própria Marisa! A minha grande homenagem a
Semedo, mas também a Marisa, que o levou a assumir tão corajosamente esse acto.
Confesso que não quero ver Marcelo, a “esquerda da direita”, na Presidência. O
mesmo direi de Maria de Belém, a “direita da esquerda”, embora não com a mesma
veemência. Interessa-me, pois, que os resultados eleitorais determinem uma
segunda volta e que, nesta, haja alguém capaz de derrotar o talentoso entertainer, coisa que, sinceramente,
não se me afigura fácil para ninguém. Possivelmente, só Nóvoa o conseguirá
fazer, caso mobilize um eleitorado que já demonstrou estar farto da direita,
seja no Governo, seja na Presidência da República. Será que votar já em Marisa não
vai contribuir para que Nóvoa averbe menos um voto que poderá fazer-lhe falta
para ultrapassar Maria de Belém? E, nesse caso, a existir uma segunda volta,
depararmo-nos com um duelo entre dois eternamente indefinidos pescadores de
águas turvas, tão desejosos de pertencer ao centro que quase se esquecem de
onde vêm? Coloca-se, então, a suprema dúvida: o voto tem de ser sempre útil?
Quando, afinal, poderemos vir a exercer em plena liberdade a expressão da nossa
preferência, sem submissões a “utilitarismos”? A utilidade recomenda-me Nóvoa.
Mas, nesse caso, estarei a “atraiçoar” Semedo e Marisa, engolindo um sapinho
(pequenino) ao apostar no reitor, não vá Belém passar à segunda volta. Resta-me
pedir aos imensos admiradores do inexcedível comentador: votem noutro que não
Marcelo ou perderemos todos o encanto dos serões televisivos dos domingos à
noite…
Viciado como se fez nas suas perlengas, o mais certo é serem reinventadas as defuntas "conversas em família" do outro professor de tempos idos...
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