segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

ASSIM NÃO, JERÓNIMO!



Nas Presidenciais de 2016 o candidato do PCP, Edgar Silva, teve o pior resultado de sempre, um pouco mais que um terço da votação da candidata Marisa Matias do BE. Como o PCP não conseguiu desta vez transformar uma derrota em vitória, o SG do PCP, Jerónimo de Sousa preferiu atacar o Presidente eleito Marcelo Rebelo de Sousa, chamando-lhe um "factor negativo que não pode deixar de levantar legítimas inquietações quanto ao seu futuro mandato, quer pelas concepções que assume quanto à Constituição, quer quanto ao indissociável percurso com a política de direita e o PSD" (fim de citação). Do meu ponto de vista, certamente discutível, esta é uma concepção totalitária do regime democrático. Ou seja, para Jerónimo, as eleições só são aceitáveis, quando o seu resultado é favorável aos seus objectivos. Faz lembrar a célebre entrevista de Cunhal à jornalista Oriana Fallaci, em 1975, quando afirmou que em Portugal nunca haveria uma democracia "pluralista, tipo ocidental" (fim de citação). Vejamos, quanto às concepções de Marcelo, elas foram totalmente explanadas pelo mesmo durante a campanha eleitoral, de tal forma que ele foi o candidato mais votado em todos os distritos, mesmo naqueles considerados bastiões da esquerda e do partido Comunista. E quanto ao percurso passado de Marcelo, basta ter um pouco de inteligência e isenção para saber que ele se candidatou contra a vontade da direcção do seu partido, que só a desoras veio a terreiro recomendar um voto. Foi aliás essa independência de Marcelo, bem patente na sua despojada campanha eleitoral, que lhe garantiu um voto arrasador na primeira volta, depois de todos os outros candidatos terem passado o tempo a atacá-lo e a reclamar uma segunda volta como principal ou único objectivo. De salientar a elegância e civismo de todos os derrotados na aceitação do novo Presidente eleito, tornando ainda mais censurável o antidemocrático comportamento de Jerónimo de Sousa. Para o PCP, a democracia só existe quando os seus candidatos conquistam o poder.

16 comentários:

  1. O Jerónimo é um homem rude, que levou uma de mão de polimento. Como não é estruturalmente civilizado, o verniz estala, e depois é a figura triste que se vê. É o que temos, é um verdadeiro comunista português, por isso um pouco cavernícula.

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    1. Concordo, amigo Joaquim. Mas a mim o que me tira do sério, é a sua falsidade ao se intitular democrata. É essa concepção de democracia, extraída das "democracias populares" e das "ditaduras proletárias", que esta direcção do PCP nunca abjurou, que é mais falsa que Judas. Só enganam o povo simples e tacanho, ou que prefere viver em ditadura desde que seja dos camaradas do PCP.

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    2. Fico impressionado com o exemplo de educação e de civismo que o senhor Tapadinhas revela. De facto têm razão aqueles que dizem que: "o ódio cega".Boa noite e sonhos laranjas !

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    3. No primeiro comentário, que não reli correctamente, devia ter escrito "uma demão" e não "uma de mão", pelo o que peço desculpa pelo erro, que só agora dei por tal.

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  2. Senhor Costa, o nosso colega Joaquim foi até muito educado e civilizado se tivermos em atenção os "mimos" que Jerónimo, e de uma maneira geral todos os comunistas portugueses, tratam e têm tratado desde 1974 todos os não comunistas.

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  3. Amigo Arlindo - Quero dizer-lhe que tenho amigos em todos os sectores políticos e que durante muitos anos fui militante do PS chegando, por mais de uma vez, a pertencer ao secretariado distrital de Setúbal. Fartei-me da forma pouco clara como os partidos políticos são administrados e abandonei a acção partidária, sem deixar de me interessar pelo meu país. O meu amigo merece-me todo o respeito, tal como todos os outros colegas que conversam neste blogue. Quanto à apreciação das figuras públicas, como é neste caso o Secretário-Geral do PCP, porque são públicas têm de se sujeitar à voz do povo. O sr. Jerónimo, que é de certeza boa pessoa e bom chefe de família, é um cidadão respeitável, mas, como é notório, é pouco letrado e daí, por vezes, não utiliza uma linguagem polida. Dizer isso não é errado, errado seria dizer o contrário. Um abraço lusitano, porque, como cidadãos responsáveis, estamos todos na mesma luta.

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    1. Senhor Tapadinhas. Claro errado é ser hipócrita. Então quando chama ao Jerónimo de Sousa uma pessoa rude está a dizer a verdade ou a caluniá-lo ? Já lidou com ele de perto para lhe atribuir esse defeito? Quanto ás suas amizades parabéns, e que lhe façam bom proveito.Quanto ao ser pouco letrado, para si significar rudeza. Eu diria que o senhor é sem dúvida um preconceituoso. Pois eu já vi gente letrada serem umas autênticas bestas(alguns eram da pide) e já vi gente iletrada bastante educada, generosa, e de uma sensibilidade incrível.É uma pena ver gente que se julga cheia de sapiência, fazer certas figuras.Seria bem mais bonito, ás vezes, não confundir a voz do povo com a voz rude do insulto.

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  4. Amigo Arlindo Costa - O sr. não pode tomar as dores do outros por suas. Eu não o ofendi, a si, porque entendo que o sr. Jerónimo é uma pessoa rude e isso não é caluniá-lo. Ser rude, é uma condição natural e relativa. Leia o grande Miguel Torga e repare na forma como ele se refere à rudeza da natureza e não emprega o vocábulo com sentido pejorativo. Uma pessoa pouco culta não é desonesta, mas, por vezes, está condicionada na sua capacidade de aprofundar situações para as quais precisava de melhor preparação. Ao respeitar todo o cidadão, não faço mais que o meu dever, mas isso implica que não tenha complexos em compreender que certas pessoas, na minha opinião, ainda que possa estar errado, não estão à altura em certos momentos. Ambos estamos interessados num mundo melhor e, em certos momentos ter opiniões divergentes, não traz nenhum mal ao mundo.

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  5. Só agora vi mais estes comentários.Amigo Arlindo, é verdade que classificar uma pessoa de rude, não é ofensa. Ofensa,é classificá-la de tacanha. Que foi o que o senhor "Alentejano" fez a si, a mim e a mais uns milhares. Por isso, eu escrevi aqui o Texto com o título " Batam à Vontade". Já leu?

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    1. Sim já li amigo Ramalho e tem toda a razão. Um abraço,

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  6. Continuo a pensar que aqui à gente que se julga muito educada, muito sabida, mas no fundo, no fundo, estão prenhes de preconceitos burgueses. E não vos peço desculpa pela minha rude franqueza. Porque eu gosto de ser verdadeiro.Quanto ao senhor alentejano, já não vale a pena responder. Dizer apenas mais isto: Um burguês assustado,é sempre um entrave à luta dos trabalhadores por mais justiça social.

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  7. Amigo Arlindo, continuo a tratá-lo desta forma porque, apesar de nem sempre estar de acordo consigo, o cidadão Arlindo Costa, merece-me todo o respeito. Repense um pouco algumas das suas observações sobre os outros e não queira ter sempre razão e a última palavra. Se ninguém é perfeito, porque motivo havia de o ser. Há duzentos anos, quem fez a revolução contra a nobreza foram os burgueses, e essa designação não era ofensiva. Não leve tanto a peito a sua opinião e dei algum espaço aos outros que pensam de maneira diferente. Este não é um espaço de guerra, mas de convívio. Envio-lhe, mais uma vez, um abraço lusitano.

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    1. Caro amigo Joaquim Tapadinha, na verdade eu não quero sempre ter razão, mas como deve calcular, ás vezes até a tenho. Apenas reconheço que não tenho a frieza ou a hipocrisia suficiente para não responder a alguns textos que considero menos correctos ou até de certa provocação mais ou menos subtil. Quanto aos burgueses é verdade o que disse, mas isso foi há 200 anos (hoje como saberá até melhor do que eu) a burguesia como classe social não é revolucionária. Afinal acusam-nos aos comunistas de terem parado no tempo e ainda acha que o papel da classe burguesa de hoje é o mesmo de há 200 anos ? Por último , diz que este não é um espaço de guerra, mas na verdade são muitas as vezes aqueles que dizem gostar da Paz, que desenterram o machado de Guerra, como foi ocaso do texto sobre o senhor Jerónimo de Sousa. Receba também um abraço.

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  8. Sr. Arlindo, "we are done", ou em bom Português, estamos falados.

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  9. Sr. Ramalho, obrigado pelo seu texto "Batam à vontade", que já li e comentei no local. Já escrevi antes sobre o mesmo tema. A nossa "esquerda", tão "democrática", enferma do mesmo tique totalitário que Salazar teve (embora este num contexto Histórico completamente diferente, logo mais aceitável). Só o que a esquerda diz é certo e incontestável, qualquer opinião contra é fascizante e perigosa para a "democracia" deles. Por isso, calem-se os que não são de esquerda, e se insistirem, prendam-se ou liquidem-se. Por isso nunca criticaram Stalin!

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