A eleição do Professor Marcelo Rebelo de Sousa para a Presidência da República é um daqueles caso sociológicos que antes de ser já o era.
Muito antes de se falar em presidenciais, anos antes mesmo, já se faziam sondagens para saber qual era a personagem preferida dos portugueses...e invariavelmente o Professor aparecia como o "mais desejado".
Tudo foi cirurigicamente planeado pelo próprio e pela comunicação social para que as eleições de ontem tivessem o desfecho que tiveram e por isso não vale a pena arranjarem-se argumento ideológicos para uma eleição, que não tendo sido encenada, uma vez que as pessoas efetivamente votaram e manifestaram livremente a sua opção, tinha tudo acabar assim.
O professor não fez campanha, não precisava.
O professor não teve a sua cara escarapachada em cartazes...não precisava.
O professor não precisava reivindicar tempo de antena nas televisões e nas rádios - estas antecipavam-se e davam-lhe tudo, até aquilo que ele não pedia.
O professor sabia que ia ganhar ? - Sabia.
Tudo isto tira mérito à sua vitória?
Claro que não - 52 % dos portugueses votaram nele e tem por isso a sua eleição mais do que legitimada.
Mas ninguém eticamente honesto poderá deixar de convir que a sua campanha foi um passeio na avenida uma vez que o resultado era mais do que previsivel. Teve, para além do seu percurso profissional e político, a precisosa ajuda de 20 anos de mediatismo na comunicação social. É um homem de uma intelgência invulgar e sabia exatamente os que os portugueses estavam a precisar - Mimos...e ele deu..com fartura.
Contudo permitam-me que deixe aqui mais um ponto para reflexão. Com esta vitória previamente anunciada, tenho que fazer a devida vénia aos outros 9 candidatos que com tudo contra eles, tiveram a coragem de vir a jogo, contra tudo e quase contra todos. Se a dita esquerda foi inteligente ao polarizar os votos ou não...isso é matéria para os politólogos e não me vou pronunciar, apesar de ter a minha opinião.
Dito isto e dados os parabéns ao presidente eleito ficam algumas refleões a fazer para memoria futura - a abstenção, a votação de Maria de Belém e a extraordinária vitória de Vitorino Silva.
Muito mais me anda aqui na cabeça, mas ficará para outras núpcias.
Boa sorte Professor...que o seu antecessor já lhe começou a enviar uns presentinhos envenenados.
Graça Costa
Gostemos ou não, Cavaco Silva mantém até ao fim a sua linha conservadora. É no seu jeito e era pouco provável que mudasse. Um novo comandante do barco encontrará sempre problemas a resolver, incluindo novas rotas. Os vetos de Cavaco Silva não ficam para que Marcelo os resolva, dada a pressa que os proponentes das Leis têm de as pôr em prática, e mesmo em maioria simples no Parlamento, têm possibilidade de as remeter ao P R que tem de obrigatoriamente as promulgar em 2.ª oportunidade.
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