quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

PALÁCIO COM VISTA PARA O RIO





É esta minha matriz bipolar rejubilo-enluto que desiquilibra o meu bem-estar e leva à alteração da medicação. São pequenos nadas, assuntos fáctuos, sopros de ventos fétidos, minudências.

Exemplifico: antigos presidentes da República têm direito a um gabinete com bons(?)quadros num palácio - pode mesmo ser um convento; uma secretária dedicada; um assessor solícito e sagaz; uma viatura jeitosa com kit-software de emissão de gases poluentes; um motorista que dá uma mão em defesa pessoal de personalidades se for preciso e que adora horas extraordinárias.

Coisas assim anulam o efeito dos anti-depressivos que ingiro, desestabilizam o sono, põe-me a sonhar com coletes de homem-bomba suicida.

Qual é a história, por mais bem contada que seja que justifica que uma secretária dedicada não é suficiente para o expediente de todos os ex-presidentes, sendo que os há que já só saem da cama com autorização do médico de família? Para quê um palácio (pensei que os republicanos não habitavam palácios!), se um corredor simpático e amplo num andar de um edifício de serviços do Estado, com gabinetes amplos e mesmo com quadros bons ( segundo a perspectiva subjectiva de cada um)seria uma boa solução? Assessores solícitos e sagazes pululam pelos corredores. Um só, mesmo escolhido a dedo, não pode efabular brilhantemente conteúdos, para todos eles? Uma viatura de  jeito (vidros pretos fumados, luzes-sirenes azul intermitente incrustadas na grelha dianteira), mesmo sem kit de gases nocivos, com um motorista prestável e bom condutor, não poderia transportá-los a todos? Diariamente, com um bom planeamento de horários, cada um à vez, de seus lares para os gabinetes, e de volta no final?


O que têm ainda para dar aos contribuintes aqueles que ou não deram tudo o que deviam ou nunca poderiam dar mais do que o pouco da sua capacitação genética,e que nos obriga a continuar a pagar? Nem todos claro, estão neste retrato, todos sabemos quem são. Fica a caricatura para os outros.  

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