quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Conluio determina preços dos combustíveis



Em 2015 as margens brutas das gasolineiras aumentaram 4,2 cêntimos no gasóleo e 8,1 cêntimos na gasolina, beneficiando da queda dos preços do crude nos mercados internacionais. As referidas margens das gasolineiras são superiores à média europeia, no gasóleo em cerca de 3,3 cêntimos e na gasolina aproximadamente 2,3 cêntimos. Desta forma, parece-me que existem indícios mais do que suficientes da prática de conluio na formação dos preços dos combustíveis em Portugal. O regulador não possui os instrumentos de fiscalização, a autoridade legal e os recursos financeiros e humanas para exercer as suas funções de forma competente e corrigir esta situação. Como é evidente, o mercado livre não está a funcionar correctamente, em virtude do elevado nível de concentração do sector e da existência de apenas um refinador, neste caso a Galp, que acaba por determinar a formação de preços no mercado a retalho. Relembre-se que este tipo de anomalias, para além de agravarem os custos para os consumidores, restringem o crescimento económico e a competitividade nacional. Neste sentido, justifica-se a intervenção do governo dotando a entidade reguladora dos recursos humanos, financeiros e legais indispensáveis para melhorar o controlo sobre os abusos do mercado e quando necessário sancionar as respectivas empresas infractoras. Quanto à entidade regulador propriamente dita, que se deixe de preocupar com a limpeza dos postos de abastecimento e se concentre nas questões que verdadeiramente afectam o sector dos combustíveis e os consumidores.   
João António do Poço Ramos

1 comentário:

  1. Tem razão ao afirmar que "o mercado livre não está a funcionar correctamente". Mas para mim, um mercado só é livre quando entre o produtor e o consumidor não há intermediários, pois são estes que no fim de contas acabam por condicionar o preço do produto no consumidor. Quando a nossa independência está dependente de alguém, não somos independentes. Nós, quando nascemos, somos dependentes dos nossos pais, amigos, e até nossos compatriotas, dependência que aprendemos a aceitar, até que chega uma altura em que realmente temos que decidir se queremos ser livres ou dependentes. Se queremos ter alguém a regular aquilo que consumimos, temos que lhe pagar o que ele quer

    Carlos Alberto Ramos
    soulivre.usolinux@gmail.com

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