Santana-Maia Leonardo - Diário As Beiras de 15-1-2016
Desde há uns anos a esta parte que a minha área política deixou de ter representação parlamentar. Houve, em tempos, um partido que a representou, partido esse cuja ala mais à direita era representada pelo grupo da Nova Esperança liderado por Marcelo Rebelo de Sousa.
Acontece que, com o advento das aves de rapina do sistema financeiro, a ala maioritária que constituía o grosso do partido e que se situava ideologicamente à esquerda de Marcelo, pura e simplesmente, levou sumiço. Neste momento, até Marcelo (pasme-se!) parece um homem de esquerda quando se olha para os dois partidos acantonados à direita no Parlamento.
Em todo o caso, com o estreitamento do território nacional e da nossa democracia, não só a minha área política deixou de estar representada no Parlamento como também o próprio território em que resido deixou de ter representatividade parlamentar e qualquer expressividade nacional, apesar das comoventes proclamações inseridas na nossa Constituição.
Com efeito, tenho a perfeita consciência de que, pelo facto de residir a leste da A1, na chamada “Terra de Ninguém”, já deixei de ser cidadão português há muito tempo pelo que as eleições presidenciais e legislativas deixaram de ser assunto que me diga respeito. Hoje, a cidadania portuguesa está reservada aos cidadãos da cidade Lisboa-Porto, rebaptizada por Passos Coelho e conhecida na Europa como a Xinga-Pura-Da-Pelintragem.
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