19 de Janeiro – RTP 1 – Fundação Champalimaud.
Portugal em suspenso a “beber” a chegada dos 9 candidatos.
Esperavam-se 10 mas Maria de Belém , num gesto de respeito pela morte do Prof. Almeida Santos que temos
que aceitar, decidiu não comparecer.
Sem querer ser desrespeitoso para com a
senhora e para com o seu gesto, não consigo deixar de achar que existem “coincidências
muito convenientes” e até parece que o Dr. Almeida Santos, seu apoiante
assumido, com a sua morte, foi uma ajuda preciosa a uma potencial “carga de
lenha” que eventualmente a esperaria neste debate , à conta da vergonhosa
decisão do Tribunal Constitucional sobre a reposição vitalícia dos políticos,
da qual a candidata foi subscritora.
Mas adiante, passemos ao debate que deixa pouca história,
ainda menos memória e foi, mais uma vez de uma pobreza franciscana.
Marcelo fingiu-se de morto, como tem feito em toda a
campanha, piscando o olho sub liminarmente ( como se tivesse um cisco ) a toda a
gente, da esquerda à direita, se é que isso existe.
Sampaio da Nóvoa esteve apático e até um pouco tristonho, repetindo
tudo o que já lhe ouvimos e perdeu, para gáudio de Marcelo uma excelente
oportunidade para marcar a diferença, até porque podia e devia ter potenciado a
ausência de Maria.
Maria…pois a Maria não esteve e se calhar marcou pontos pela
ausência.
Paulo Morais foi mais do mesmo.
Edgar Silva, idem
Cândido Ferreira, idem.
Henrique Neto, idem
Jorge Sequeira deu uma aulita de liderança e motivação com
alguns apontamentos engraçados para estudantes da coisa.
Marisa Matias foi também igual a si própria, consistente e assertiva,
apesar de quase em voz. Direi que foi mesmo a única que tentou trazer algo de concreto
ao debate. Tentou mas não consegui.
Vitorino Silva, o grande Tino de Rans foi o protagonista dos
únicos momentos que vão ficar memória dos portugueses que tiveram a coragem de
ver aquele debate de fio a pavio, ao animar as hostes com o seu diálogo informal
e amistoso com Marisa Matias.
Mas afinal aquilo deveria ter sido um debate presidencial e
sobre as funções do presidente e sobre o seu potencial papel na sociedade
portuguesa, ouvimos absolutamente zero.
Assim sendo, depois de uma hora e meia de coisa nenhuma, os
resistentes como eu, ficam com uma sensação de vazio, enquanto os candidatos
vão saindo da Fundação convictos de que fizeram uma grande coisa e finalmente os
portugueses ficaram sem duvidas sobre o seu sentido de voto.
Ficam as questões : se este debate ajudou a diminuir a
abstenção – não me parece ?
Se a coisa se resolve à primeira volta – também não me
parece.
Se os portugueses conhecem as funções presidenciais e o
papel do presidente da republica? – seguramente que não.
Dito tudo isto…ora bolas – “gastei” duas horas a ouvir o que
já tinha ouvido e depois ainda me dei ao trabalho de ouvir os comentários dos
politólogos residentes que também, melhor estivessem calados porque mais não
fizeram do que fazer obscena e despudorada campanha pelo vencedor anunciado,
qual D. Sebastião.
Por tudo isto e apesar de ter a minha decisão tomada…vão dar
banho ao cão porque esta campanha não acrescentou nada ao que já se sabia. Deu
algum mediatismo a algumas figuras mas de substância , muito pouco ou quase
nada.
Dia 24 veremos o resultado “desta açorda”.
Graça Costa
Os candidatos emergem da sociedade e das forças políticas que a dominam. No estado a que o país chegou não é de esperar grandes saltos qualitativos nas estruturas responsáveis pela vida da nação. Marcelo sempre foi um homem adaptado aos sistemas políticos vigentes. Dele não há que esperar nada significativo de novo. O resto, pessoas respeitáveis, desde o representante do Zé Povinho, Tino de Rãs, até ao formador de inovadores, Jorge Sequeira, são o espelho do país actual, o que não é nada confortável. Com alguma dificuldade, do molhinho, distingo Sampaio da Nóvoa como uma personalidade capaz de exercer o tão alto cargo de Presidente da República. Outros pensarão de maneira diferente e lá terão as suas razões. Contudo, como estamos dentro do barco, precisamos de nos aperceber qual o rumo que este leva. Um abraço lusitano que envolva toda a equipa.
ResponderEliminarNa generalidade concordo com a sua analise e tal como o meu caro amigo, tenho no Prof Sampaio da Nóvoa a minha escolha.
EliminarNo entanto não posso deixar de reiterar aquilo que foi o meu sentimento durante todo o debate - uma pobreza imensa de substância e mesmo o Prof Sampaio da Nóvoa não conseguiu emergir da mediania como gostaria de ter visto e sei que ele é capaz.
A nossa amiga Graça dá aqui uma informação preciosíssima(está mesmo confirmado?) então a dona Maria de Belém, essa paladina dos afectos, também é uma das vitalícias? Se está confirmado, tem que ser amplamente divulgado. Então a candidata ao mais alto cargo da nação, alinha nessa pulhice?
ResponderEliminarEstá confirmadíssimo caro amigo Francisco Ramalho.
ResponderEliminarTriste. muito triste mesmo...
Estamos numa enrascada das antigas e não saímos da cêpa torta. Mas não se abstenha! Vá votar!
ResponderEliminarAbster-me? Nuca o fiz e espero nunca o fazer.
Eliminarpeço desculpa pela gralha - é obviamente nunca e não "nuca"
EliminarTem razão amiga! Está confirmado. Eu nem queria acreditar. Uma pessoa inteligente e que tanto fala em afectos, alinhar numa obscenidade desta! Sei que muita gente digna iria votar nela. É imperioso que essa gente saiba! Há outros candidatos até mais ou menos da sua área politico-ideológica.Portanto, Que não se abstenham. Até punha algumas reticências relacionadas com críticas sobre ela. Agora retiro-as, evidentemente!
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