segunda-feira, 6 de julho de 2015

Varoufakcit

O ministro das finanças grego, obteve ontem uma das suas grandes vitórias pessoais, pois apesar do referendo  dar lugar á voz do povo para se pronunciar, é inevitável não dissociar esta forma de consulta popular, das investidas de Yanis Varoufakis, no que aos acordos com os credores diz respeito.
A Grécia , o berço da democracia europeia e mundial, deu ontem uma grande lição de coragem e audácia, colocando em sentido os senhores feudais de uma Europa assente em bases austeritarias, que levou á falência do projeto europeu, tal como ele foi concebido .
Já muito se falou de excessiva dose de um medicamento que nunca resultou; apenas agravou o estado de saúde dos países intervencionados pela Troika ( este fantasma bem presente, que nos assombrou e continua a assombrar tendo o beneplácito dos governos de direita que têm o poder na maior parte dos estados membros).
Portugal, nunca foi um parceiro sério na luta pelo abrandamento da austeridade, preferindo sempre agradar a uma Alemanha que ainda pensa reinar na Europa, tal como sucedeu no século XX, mais concretamente no período de 1938-1945, quando então Adolf Hitler se predispôs a lançar uma ofensiva brutal conduzindo a Europa á sua iminente destruição. Passados que foram esses tempos, a Europa não pareceu ter aprendido nada e como tal foi deixando a Grécia á mercê de uns batistas sanguinários, que só exigiam mas não davam nada em troca. As exigências eram demais e as cedências foram sendo de menos. Barricado pelas recusas dos credores e emparedados pelos ditames de uma Alemanha regida de forma arrogante, os gregos tiveram de se pronunciar e dizer de sua justiça perante a incredulidade daqueles que durante meses foram incutindo um sentimento de medo no sentir e pesar do povo grego. A classe média grega praticamente foi reduzida a nada e os pensionistas, acompanharam este desígnio abismal.
Arriscando tudo, o governo grego, achou por bem dar a palavra ao povo grego, e Varoufakis, lançou-se numa ofensiva paulatinamente estratégica de convencimento pelo OXI ( o não ), sabendo que caso não resultasse ficaria muito mal visto nos livros de história, podendo ser classificado de um playboy irresponsável que não mediu as consequências de tal ato.
Mas os gregos, fartos de serem enpurrados para o barril do medo, disseram presente e responderam NAO,  perante uma Europa, que esperava e queria um outro resultado. Ontem, quando muitos esperavam que se desse um Grexit, levaram com um Varoufaxit, e mesmo com a demissão do ministro das finanças grego, um dia após o referendo ter sido realizado, os credores vão ter de partir para a mesa das negociações com outra postura e abertura, sob pena de por esta Europa fora, outros países levarem a efeito a realização de mais elementos de decisão popular.
Ontem a Grécia disse não , e Varoufakis pode agora rejubilar observando de fora o desenrolar dos acontecimentos que por certo tomarão um novo rumo.

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