800 MILHÕES
SEM CASA DIGNA
Favelas,
bairos de lata, barracas, são palavras que servem para falar de habitações
precárias e degradadas que povoam as periferias das grandes cidades em todo o
mundo. Um relatório recente sobre o estado das cidades é arrasador para os
governos de quase todos os países.
São 800
milhões as pessoas que vivem nesta situação. E se há que louvar o facto de
alguns governos terem reduzido este tipo de habitações, é lamentável que, nos
últimos dez anos, o número de residentes em habitações sem condições tenha aumentado
60 milhões, números que deviam abalar a consciência da humanidade.
O estudo
considera inaceitável uma tal situação, até porque os indicadores apontam para
um crescimento urbano mais rápido que a taxa de melhoria das condições dos bairros de lata. E se os números actuais
são preocupantes, bem mais alarmante é a projecção que o relatório aponta. A manter-se
o actual estado de coisas, estima-se que, em 2020, os habitantes dos bairros
degradados atingirão os 890 milhões.
…///…
Valha-nos a
poesia de Fernando Pessoa:
Ah, quanta
vez, na hora suave
Em que me
esqueço,
Vejo passar
um voo de ave
E me
entristeço!
Porque é
ligeiro, leve, certo
No ar de
amavio?
Porque vai
sob o céu aberto
Sem um
desvio?
Porque ter
asas simboliza
A liberdade
Que a vida
nega e a alma precisa?
Sei que me
invade
Um horror de
me ter que cobre
Como uma
cheia
Meu coração,
e entorna sobre
Minha alma
alheia
Um desejo,
não de ser ave,
Mas de poder
Ter não sei
quê do voo suave
Dentro em meu
ser.
Transcrito por Amândio G. Martins
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.