terça-feira, 29 de setembro de 2015

NÃO POSSO ESTAR SENÃO INDECISO, MAS UM INDECISO QUE VAI VOTAR NA CRUZ DA INDECISÃO.



Vivo com emoção e empenho de cidadania este momento.

Vivo-o assim porque este é o tempo que me foi dado viver, sinto a obrigação de participar nele.

A emoção não a posso pôr numa folha de “Excel”, quem a inventou, quem a usa, não considerou essa premissa.

O empenho que me leva à acção do dizer, é meu , é a força que remexe a acalmia da inacção, da aceitação do “não posso mudar nada, fico-me sossegado.”

Ouvi hoje num “forum” na radio, um ouvinte dizer que não vivemos numa democracia, mas sim numa “dinheirocracia”.

Concordo. Só sendo assim é que consigo encontrar resposta que me tranquilize para questões tão fundamentais da vida, cuja não resposta nos diários de campanha eleitoral, nem sequer desencadeia uma reacção – fanhosa que seja – dos concidadãos, porque andam cansados, desistentes, desacreditados.

Essas questões são: Emprego, educação, saúde, segurança social, justiça, equidade.

São temas que não se falam, temas de que se desconhecem propostas, assuntos aborrecidos e chatos.

Fala-se de dívida pública, défice, execução orçamental, contabilidade engenhosa do Estado, e todos da direita à esquerda (incluído os mancos) florescem em bonitos ramalhetes de discursos com resposta pronta para tudo: só que  números, são números, não têm sinónimos. Significam o que dizem e nada mais!

E dizem que este país tem sido governado pelo “arco e pelo arquinho” como um lupanar, que não deixa de ser uma palavra simpática para o que apetece realmente dizer.

E esta gente (essa abstração que é o povo), que há dias que parece mais alforreca que gente, aceita tudo, não questiona nada, só se queixa.

Nada mudará, talvez tudo se venha a complicar num pântano muito lamacento e turvo.

Mas sejamos realistas e sérios: nada poderia mudar porque não há novidade. Não apareceu ninguém novo, diferente, a pensar fresco e bem, com uma única proposta que faça sentido e não seja um devaneio populista.


Estamos como estávamos há dois séculos atrás e assim continuaremos, com a graça da nossa patetice endémica.

1 comentário:

  1. Um desabafo profundo, de alguém que sente o momento, não apenas por este, mas pela análise de um tempo mais longo. O Luís já nos acostumou a estas reflexões, que deviam merecer, de muitos de nós, mais atenção. Contudo, nem todos estamos despertos e o mundo vai girando. Um abraço lusitano e universal.

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