Fui bancário entre 1969 e 1996. E sempre vesti a ‘camisola’
do mesmo banco – o já desaparecido Banco Português do Atlântico –, apesar de
muitos ‘mercenários’ se terem virado para o ‘lado de lá’. Mas, enfim, fui um
dos apelidados ‘lorpas’ que se manteve fiel à instituição que lhe deu emprego e
trabalho.
E, passados tantos anos fora desse mundo laboral, penso com
toda a convicção que nenhum companheiro de trabalho me poderá atirar à cara
algo de negativo, como falta de companheirismo, vulgo, ter sido um sacana, como
alguns o foram.
E, a nível de honestidade laboral, idem aspas: cumpri com
toda a lealdade as funções que me destinaram.
Vem este intróito a propósito de uma notícia vinda no jornal
diário que leio todos os dias: ‘Justiça – CGD concedeu empréstimo de 11,5
milhões de euros a fundação inexistente do Sindicato dos Quadros Bancários, e o
presidente do referido sindicado é suspeito de ter desviado 38 milhões de euros
dos cofres sindicais a que preside’.
Agora, compreendo melhor ao que chegou o sector bancário
quanto à sua credibilidade, à mercê de muita gente sem escrúpulos e da pior
espécie entre os piores.
Mesmo fora do activo, mas sócio efectivo do Sindicato dos
Bancários do Norte, sinto imensa mágoa por tudo de muito mau que tem ocorrido
neste sector tão sensível para a Economia Nacional e para todos nós, e que nele
confiávamos sem qualquer receio.
José Amaral
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