QUEM CHAMOU
A TROIKA
Quando os
políticos não têm vergonha, usam todos os golpes baixos que lhes pareçam que
podem render votos, sem o menor respeito pela inteligência das pessoas: “Eles
chamaram a troika, nós mandámos embora a troika”, atiram o ditirâmbico Portas e
o seu líder de coligação.
E o facto é
que estamos perante um daqueles casos em que é possível propalar as maiores
mentiras falando aparentemente verdade… Atravessando uma das maiores crises
económicas como há muitas décadas não se via, com epicentro nas jogadas
fraudulentas em que o capitalismo é fértil, a Europa e, por reflexo, Portugal,
passavam momentos de aperto.
Da Europa
vinham directrizes para que se aumentasse o investimento para segurar o
emprego, cuja quebra já assustava. Mas, passado pouco tempo, deram
contra-ordem, para suster o endividamento. Entretanto, os especuladores, quais
abutres espreitando a carcaça, caíram em cima dos mais fracos, levando os seus
serventuários a pressionar, de todas as formas e em tudo quanto era jornal,
rádio e televisão, para que fosse pedida ajuda externa.
Fizeram-no de
má fé, na perspectiva da conquista do poder e ficarem com um slogan permanente
para atirar à cara dos adversários, sem nenhuma preocupação com a verdade e o
interesse nacional, já que, na época, havia um programa aprovado na UE para
fazer frente às dificuldades. Mas a baixa política dessa gente fica hoje
demonstrada de várias formas, se atentarmos nos argumentos usados para não
aprovarem esse programa: “exigia aos portugueses sacrifícios insuportáveis”.
Para se
aquilatar da seriedade desses argumentos, veja-se os sacrifícios a que nos
obrigaram, mal chegaram ao mando, em que pioraram tudo que já era mau e
degradaram o que ainda era menos mau, para além da extorsão permanente aos mais
frágeis.
Concluindo: o
ministro das Finanças da altura foi o vigilante que chamou os bombeiros para
apagar um incêndio premeditadamente ateado pelos que se preparavam para colher
da tragédia gordos dividendos, como se comprovou.
Amândio G. Martins
Eu não fui, nem nunca vivi acima das minhas responsabilidades.
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