segunda-feira, 14 de setembro de 2015

ENTROIKADOS

                                   QUEM CHAMOU A TROIKA
Quando os políticos não têm vergonha, usam todos os golpes baixos que lhes pareçam que podem render votos, sem o menor respeito pela inteligência das pessoas: “Eles chamaram a troika, nós mandámos embora a troika”, atiram o ditirâmbico Portas e o seu líder de coligação.
E o facto é que estamos perante um daqueles casos em que é possível propalar as maiores mentiras falando aparentemente verdade… Atravessando uma das maiores crises económicas como há muitas décadas não se via, com epicentro nas jogadas fraudulentas em que o capitalismo é fértil, a Europa e, por reflexo, Portugal, passavam momentos de aperto.
Da Europa vinham directrizes para que se aumentasse o investimento para segurar o emprego, cuja quebra já assustava. Mas, passado pouco tempo, deram contra-ordem, para suster o endividamento. Entretanto, os especuladores, quais abutres espreitando a carcaça, caíram em cima dos mais fracos, levando os seus serventuários a pressionar, de todas as formas e em tudo quanto era jornal, rádio e televisão, para que fosse pedida ajuda externa.
Fizeram-no de má fé, na perspectiva da conquista do poder e ficarem com um slogan permanente para atirar à cara dos adversários, sem nenhuma preocupação com a verdade e o interesse nacional, já que, na época, havia um programa aprovado na UE para fazer frente às dificuldades. Mas a baixa política dessa gente fica hoje demonstrada de várias formas, se atentarmos nos argumentos usados para não aprovarem esse programa: “exigia aos portugueses sacrifícios insuportáveis”.
Para se aquilatar da seriedade desses argumentos, veja-se os sacrifícios a que nos obrigaram, mal chegaram ao mando, em que pioraram tudo que já era mau e degradaram o que ainda era menos mau, para além da extorsão permanente aos mais frágeis.
Concluindo: o ministro das Finanças da altura foi o vigilante que chamou os bombeiros para apagar um incêndio premeditadamente ateado pelos que se preparavam para colher da tragédia gordos dividendos, como se comprovou.


                                            Amândio G. Martins

1 comentário:

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