São escassas as notícias que atualmente nos chegam veiculando razões a justificar o que, por hábito, se denomina pelo “levantar a moral das tropas”. O que vamos sabendo é, normalmente, o agravar da situação em áreas importantes e que “agridem” o quotidiano dos cidadãos, seja na economia, na saúde, na justiça, na segurança social, enfim, numa vasta lista que a todos (à esmagadora maioria dos portugueses) afeta e é causadora de uma generalizada desmotivação e apreensão quanto ao futuro.
Por isso, e numa confortante exceção à regra, a manhã estava a ser, em termos noticiosos, no mínimo, simpática, menos sombria. Vejamos. Aumenta, significativamente, o número de turistas que nos visitam assim como o valor dos seus gastos/dia. Sabe-se que Portugal é, além fronteiras, um destino de preferência privilegiada, em ritmo crescente. Sabe-se, igualmente, que está assegurada, até final de 2016, a realização de importantes congressos e reuniões de caráter internacional que vão trazer ao nosso país milhares de destacadas figuras de vários sectores de atividade de primeira linha. E que desses eventos podem resultar importantes investimentos e a criação de emprego.
Acresce que, no âmbito interno, a tendência é de subida das exportações e que Portugal, em muitos domínios do que produz e envia para um crescente número de países, é altamente cotado em termos muito promissores e a garantir a solidez das suas fontes de escoamento. Destaque para o mérito, competência e trabalho árduo dos nossos Empresários.
Até aqui, como referi, a manhã estava a ser diferente, agradável e em sintonia com a excelência do tempo que temos usufruído. Mas, de repente, tudo se modifica e, como por encanto, regressamos às preocupações que, na circunstância, somos “presenteados” pela nossa classe política.
O maior partido da oposição, o Partido Socialista, divulga a intenção de votar contra o orçamento de Estado do futuro governo no caso deste não ser maioritário.
Não cabe aqui equacionar as graves consequências para o país, para a economia, enfim, para os portugueses, a tomada de tal posição. É de tal gravidade, a nível interno como internacional (os mercados e operadores financeiros já estão de olho em nós), que só temos de esperar, e desejar, o arrepio de tal intenção. Que seja, apenas, e só isso, a “estratégia” de colher os votos dos considerados indecisos. Mas mesmo que seja só isso, e apenas isso – ou outra similar -, apetece dizer: caramba, chega, tudo tem limites. Não brinquemos com aquilo que tem de ser sagrado, para todos, O INTERESSE NACIONAL!
Carlos Morais
"Em Portugal, a luta pela vida destrói a altivez moral e dá a sobrevivência à ignorância bajuladora e servil" - disse Ramalho Ortigão. E digo eu, se me dão licença, que um remate adequado ao texto acima deveria merecer a "patine" daquela célebre frase "A Bem da Nação"...
ResponderEliminarNão sei se o Interesse Nacional é igual para todos. Quem o define? Quem tem autoridade para tão fundamental tarefa? Para mim (mas, parece-me, não para toda a gente…), a frase de Cícero que o Público estampou na sua edição de anteontem basta-me: “Entendo que os chefes devem reconduzir tudo a este princípio: aqueles que eles governam devem ser tão felizes quanto possível”. Subentendo eu que, quantos mais se tornem felizes por acção da governação, maior acerto tem o pensamento.
ResponderEliminarEntão, temos que:
1. O Interesse Nacional aconselha o resgate das minoritárias entidades financeiras (atenção aos “mercados e operadores financeiros que estão de olho em nós”)?
2. Ou visa a protecção do povo maioritário?
Tudo depende do ponto de vista. O meu é claro: sou Povo.