ENTRE PINHEIROS E CIPRESTES
Entre
pinheiros e ciprestes
Fundi em
lágrimas os olhos…
Onde estais
vós, almas celestes,
Que entre
pinheiros e ciprestes
Em vão
procuram os meus olhos?
Na terra fria
aqui descansam
Os corações
que tanto amei…
Mas os meus
braços não alcançam
Na terra fria
em que descansam
Os corações
que tanto amei.
Às vezes
ponho o ouvido atento
A ver se os
ouço ainda bater…
Mas só me
fala a voz do vento,
Sempre que
ponho o ouvido atento
A ver se os
ouço ainda bater…
Eles que
sempre e a toda a hora
Tão
nobremente palpitaram…
E já nem
sombra resta agora
Deles que
sempre e a toda a hora
Tão
nobremente palpitaram!
Mas todo o
amor, toda a bondade,
Que em vida
as almas enobrece,
Torna a ser
luz na imensidade,
Irradiação de
amor, bondade,
Que em vida
as almas enobrece…
E nessa luz,
a alma que chora
Dum brilho
augusto se ilumina,
Como uma esp´rança
ou uma aurora,
Em cuja luz a
alma que chora
Dum brilho
augusto se ilumina…
E ao nosso
olhar, de entre ciprestes,
Estrelas
novas aparecem…
Sois vós
talvez, almas celestes,
De entre
pinheiros e ciprestes,
Essas
estrelas que aparecem…
NOTA – Poema
de António Feijó
Transcrito
por Amândio G. Martins
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