Sem me dar ao trabalho em escrever grandes tratados
literários, eis-me a falar do nosso comum quotidiano e da desgraceira
financeira que se abateu sobre nós e que, agora, os autores de todas as
pilhagens, nos informaram que tudo de mau já passou e que a bonança,
finalmente, veio para ficar.
E os meus caros concidadãos acreditam em tal? Claro que não!
Os mesmos de sempre, que somos os desprotegidos e vítimas de tais imorais
roubos, é que vamos continuar a pagar tais monstruosas imparidades, cândido
eufemismo usado pela alta finança e pela banca pelos seus prejuízos acumulados,
pelas altíssimas indemnizações dadas aos administradores e demais membros das
suas direcções e pelas reformas principescas e outras benesses de lesa pátria,
bem como todas as gorduras institucionalizadas que ninguém quer perder.
E, durante estes últimos três anos de autêntica e dolorosa
via-sacra, em que temos sido os cristos da troika e da santa aliança
governamental, o regabofe tem sido para os mesmos que informaram despudoradamente
que temos vivido acima das nossas possibilidades.
Assim, para aclararmos toda a verdade dos factos, a nossa
ainda livre comunicação social informa-nos que os três mais ricos grupos
económicos de Portugal, em igual período de penúria colectiva, continuam a
medrar cada vez mais, bem como a classe dirigente e política que têm também
medrado a olhos vistos.
E, enquanto tal sistema, tipo sanguessuga, enriquece, o povo
empobrece e muito embrutece.
José Amaral
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