O malogrado navio Atlântida continua a enfrentar a figura
gigantesca do Adamastor, que obsta que a brava marinhagem ultrapasse com
sucesso o Cabo das Tormentas, a caminho de uma Boa Esperança para todos nós.
E, assim, como no canto V de Os Lusíadas, também agora ‘se
nos arrepiam as carnes e se agitam os cabelos’ ao vermos quão impotentes somos
a fim de evitarmos que, por causa de um só nó marítimo a menos, a venda pública
do desventurado navio passe de 50 para apenas 29 milhões de euros, quase metade
do seu custo.
Que os raios de Vulcano fulminem todos aqueles vendilhões pátrios
ou a ferros sejam postos, por terem criminosamente contribuído ou continuem a
contribuir para que tal empresa de sucesso seja levada para o fundo do mar de
todas as nossas mais profundas lamentações.
Texto também publicado no METRO, de 23/5
Texto também publicado no METRO, de 23/5
José Amaral
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.