Desculpem lá, mas eu mesmo o próprio ficaria muito chateado!
Eu espectador
inquieto pela chegada do “Rising star” , a queimar minutos , a ter que ver as
notícias de abertura dos telejornais nacionais, nas televisões nacionais, e dou
com um almoço que aparentemente correu mal ao nosso Primeiro, agora investido
no papel de candidato de futuro para os portugueses, começando já
pelas próximas eleições para a representação europeia.
Transcrevo as suas palavras e digo já que nesta malandrice
que lhe fizeram hoje estou com ele , há limites!
Vejam lá se o homem não tem toda a razão:
“Então a minha malta
convida-me para uma almoçarada em Macedo de Cavaleiros, e não ajeitaram
previamente um menu fixo com o dono do restaurante que é dos nossos?
Uns escolhem isto,
outros aquilo, os mais lambões atiram-se logo ao camarão, outros vão para as
migas – a jogar pelo seguro, que isto vai mudar para mal na mesma – bebemos o vinho da casa , e quando já estamos todos na
conversa, uns contando das suas dificuldades do custo vida na Lisboa e no Porto
, outros de telemóvel em punho mostrando
as selfies dos filhos, e outras banalidades de encontros entre amigos, e não é que mesmo assim houve malta da minha que pediu visque de doze anos?
Quando vem a conta, que foi a dividir por
cabeça, pagamos todos por igual. Não podemos pagar igual quando uns só bebem
água!
Não é justo. Eu há que tempos que não como um camarão!
É por essas e outras,
que estamos como estamos. Uns a viver à tripa forra, outros com o euro contado”.
Se há uma declaração
de Estado – em amargo jocoso de boca - do nosso Primeiro , foi a que hoje proferiu nas televisões públicas, em tons
de chalaça descontraída.
O homem tem toda a razão!
Não se convida ninguém para um almoço que não pode pagar.
Ainda por cima ficou em maus lençóis, não levava dinheiro a
contar com os visques dos outros,
teve que pedir emprestado ao macaco que lhe cobre a sombra ( que também se viu
aflito para emprestar algum, porque mal ganha para a electricidade – há até quem
diga, vizinhos , que a EDP já lhe cortou o fornecimento de luz no mês passado),
e só voltou para Lisboa porque vieram pela Nacional um, sem pagar portagens.
Amigos destes, punha-os em Bruxelas.
O nosso Primeiro tem um grande e oportuno sentido de humor,
e está muito bem rodeado de assessores – aqueles rapazes que agora se chamam de
“facilitadores” – amigos mesmo, que o deixam dizer estas piadas em público. Se
calhar até para ver se o enterram mais, que isto dos facilitadores é malta de
absoluta confiança.
Ou será que é só a sua moça que lhe acha piada e o motiva a
deitar estas boutades boca fora, em
público?
Tive uma vez uma professora na universidade, que não se
cansava de dizer nas suas aulas que a genialidade e frescura dos discursos do
seu marido, ministro das finanças, que depois trepou por aí acima e agora é o
chefe dos títeres, eram obra sua, daí a sua qualidade.
Por trás de um pequeno homem há sempre a frustração dos bicos dos pés.
ATENÇÂO: O texto em itálico é ficcional e é o desenvolvimento da piada que o Senhor Primeiro Ministro fez sobre os almoços, e que passou ontem nas notícias dos telejornais e não reflecte na integra as suas palavras. Ele paga sempre os almoços, que fique bem claro!
Se não pagou a conta, prova que é um ministro coerente, pois os ministérios e os outros serviços públicos não pagam nada a horas. Vivemos num mundo do cravanço e só os honestos se incomodam com o pagar as dívidas contraídas por si e pelos outros. É o fartar vilanagem!
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