domingo, 25 de maio de 2014

Se nos deixarem à rédea solta, não resulta


in JORNAL “i” de 24/25 de Maio de 2014
Que a troika nos tem feito sofrer demasiado, e nos aplicou medidas tipo “ensaio” , que nos trouxeram demasiados dissabores humanos e não só. Ninguém duvidará.
Que a troika, deveria, a dada altura em alguns aspectos ter invertido totalmente o caminho e os prazos, com medidas realistas, e um crescimento sustentado do País e não só definhamento. Ninguém duvidará.
Porém, se esses senhores desse triunvirato não nos tivessem despejado dinheiro cá para dentro, hoje, ainda estaríamos pior do que estamos. Ninguém duvidará.
Que se nos emprestarem dinheiro à toa, sem controlo e sem vigilância, que o vamos uma vez mais desperdiçar com mais rotundas, centros culturais, piscinas e ginásios, submarinos, e mais o que nos der na ideia. Ninguém duvidará.


E, sem se necessário continuar a ter estes partidos políticos - todos sem nenhuma execpção, honrosa - compostos sempre pelos mesmos, que só sabem fazer tudo por forma a manterem-se onde vão estando, talvez seja de se irem criando “verdadeiramente” novos, todos, ou nestes, mudando-os que por lá circulam, tudo fazendo diferente, para melhor claro. Ninguém duvidará.
Como a “população civil”, não tem qualquer meio para se fazer aleatória e permanentemente representar, em órgãos fiscalizadores e controladores da acção corrente de todos os nossos políticos eleitos e dos por estes nomeados a custo público, alguém em nome da cidadania o terá que fazer por nós. Ninguém duvidará.
Posto tudo isto, talvez possa haver formas democráticas e consensuais de quem controla o dinheiro que nos empresta, o fazer de forma que beneficie toda a população e o País, e claro não prejudique os emprestadores se não, não emprestam. Ninguém duvidará.
E assim, o controlo implicaria, já, a tão almejada Reforma do Estado de que tanto se fala, tantos papéis irrevogáveis, revogados, acumulados e não só, se escrevem de todos os lados, mas como em todos os lados há interessados em nada reformar, nada acontece. Ninguém duvidará.
Para evitaremos continuar -se a fazer “de conta” , cada um que se aperceba que a reforma do Estado o vai afectar não a faça, mas, saia seja Oposição, seja Governação e haja quem o mais independentemente possível o faça e com controlo teremos futuro sustentável e presente conseguível para todos, não só para os políticos! Ninguém duvidará.

Augusto Küttner de Magalhães

Maio 2014

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