Salvé! Ó radioso dia de 17/5/2014 da era troikana – III
mandato!
De manhã, já o sol resplandecia, bendisse por tal mistério
da natureza cósmica continuasse a alumiar os dias da nossa estada terrena.
Afinal, a troika vai-se embora, mas deixa cá os seus ‘mangas
de alpaca’ para nos bombardearem com mirabolantes números ou sacarem-nos as
migalhas que restauram dos seus festins, pagos por todos nós até ao nosso
último ceitil.
Se tesos estávamos, mais tesos ficamos. A dívida soberana e
pública, que em 2010 se cifrava em 94% do Pib, ‘miraculosamente’ e graças às
ajudas externas, passou para 129% em 2013.
E, para 2014, com a ‘procissão somente ainda no adro’ do
templo de todas as pilhagens, o desvio e o desvario orçamental ainda vai ser
pior. Acreditem em mim, pois as sumptuosas despesas públicas ainda vão engordar
mais.
E, já agora, pergunto eu: a que se deveu tal desvio de 35
pontos percentuais, de 94 para 129%? Eis a resposta: deveu-se essencialmente
nas ultras benesses dadas à Banca, nomeadamente na desvalorização de activos do
BPN, nas execução de garantias do Estado ao BPP e nas ajudas ao BPI, ao BCP e
ao Banif, e ao aumento de capital da CGD.
Fora de tal regabofe astronómico outorgado à Banca, tivemos
e temos os submarinos que nos encalacraram sob a égide do almirantado do sagaz ex-Paulinho
das Feiras, bem como das dívidas da Madeira do verborreico Alberto João, tal
como os maus negócios das PPP, do saneamento financeiro de empresas públicas de
transportes. E, para, lá do imenso poço sem fundo, encontramos os ‘nefastos’
encargos do fundo de apoio ao ‘mau da fita’, mas utilíssimo e bendito Serviço
Nacional de Saúde, com o ‘incomensurável’ impacto negativo no défice na ordem
de 0,3%. E é o SNS atacado de todos os lados!
Portanto, deixem-se de balelas e digam-nos que só em juros
no mesmo período de estudos troikanos, a asfixia orçamental ultrapassou em mais
de 25 000 milhões de euros em juros entregues aos nossos ‘queridos’ agiotas.
Então, Portugal não precisa de tantos economistas aduladores
do poder numa perspectiva de meros e incompetentes electricistas que não conseguem
debelar o contínuo curto-circuito orçamental.
Assim, a luz está e estará sempre a ir abaixo e o túnel vai
continuar às escuras por mais lâmpadas que ele tenha.
José Amaral
Felicito-o por numa situação como a nossa ainda ter espírito de humor suficiente para aturar esta gente, que quer fazer de nós parvos. A Troika continua a vigiar durante muitos anos e a austeridade, ou seja a condenação à pobreza, continua também. Com esta gente, com este pensamento mesquinho, não vamos a nenhum lado que jeito tenha. Se não houver um raio de luz, ficaremos condenados às trevas durante muitos anos. Um abraço lusitano e continue a cultivar o humor, que muita falta faz, para temperar o amargo destes dias.
ResponderEliminarGrato lhe fico, Caro Tapadinhas, pelas suas amistosas palavras. E fico contente e particularmente feliz comigo mesmo por ter despertado o seu pensamento vertido nas palavras acima.
ResponderEliminarAgora, publicamente, confesso que este meu texto foi engendrado sentado ao volante do meu automóvel, na companhia da minha companheira Teca, cadela de estimação, enquanto minha esposa 'feirava' na Senhora da Hora, perto de Matosinhos. Já não sei se respiro ou se, para respirar, preciso de escrever.