Começo por confessar que não tenho nenhuma simpatia política, nem pessoal, por José Sócrates (JS). Assim que Rangel, cabeça de lista da Aliança PSD-CDS, soube que JS iria aparecer na campanha do PS, começou logo a "espadeirar" contra. Asneira, digo eu, porque é indispensável saber o que o "povo" do PS pensa verdadeiramente do desempenho passado do visado. Se, como ele próprio JS afirma, o País se teria salvo do resgate com o "famoso" PEC IV, ou se, pelo contrário aquele PEC seria igual aos anteriores, e ainda hoje estaríamos a aumentar a dívida e os desequilíbrios orçamentais de maneira irresponsável (se os credores deixassem, claro), pela simples razão de os PEC's I, II e III, nada terem resolvido. E com o regresso de JS, também se conseguirá finalmente que o actual SG do PS, se assuma em defesa da política do seu antecessor no PS, coisa que até hoje nunca fez. António José Seguro pode ser politicamente correcto, frio e calculista, mas o que o País precisa hoje é de homens verdadeiros, confiáveis, credíveis, e não dos que não se querem comprometer e esperam friamente que o seu chefe "caia da cadeira", para aparecerem "virgens" de qualquer pecado e afirmarem que nada tiveram a ver com o passado. A política portuguesa está cheia de mentiras, de falsidades, de traições. Pode ser que seja também assim nas outras "democracias", mas não é assim que se sustenta uma verdadeira democracia, antes pelo contrário, favorece-se a chegada de novas tentações totalitárias, pela descredibilização dos políticos.
OBS. Publicada na edição de 20/5/14 do jornal "Público"
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