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segunda-feira, 12 de maio de 2014
Liberdade
Outrora ou agora que importa
o que importa é que sempre tive
teu nome gravado a ferro em mim
e mesmo quando alguém dizia
tão balalão cabeça de cão
tentando desviar teu nome de mim
resistia, lutava, enfrentava-o de punhos
e alma cerrados.
Foi a ti que sempre quis
Aqui, ali, em todo o lado porque sabia
que existias, eras concreta, real, palpável
mas nessa altura, distante, numa distância
como só os algozes podem provocar
eu corria para ti e queria que fosses minha, nossa
num querer de vontade e esperança feitos
sim eu sabia que um dia haverias de morar em mim, em nós.
Com o tempo começámos a sentir teu cheiro
de azáleas e cravos feito, teu corpo de mulher
que todos queríamos chamar nossa
eras uma ilusão que sabíamos existir
um presente de amanhãs e sóis radiosos
plasmávamos em ti nosso desejo, de homens
mulheres que não se curvam e dizem não,
não aos algozes, aos tiranos, áqueles que te nos escondiam.
Por fim um dia conheci-te, beijei-te
abracei-te num choro riso de lágrimas
estavas finalmente connosco e nada nem
ninguém irá alguma vez afastar-te de nós
venham tiranos e tiranetes como os que agora
nos querem impor rábulas de coitadinhos
és nossa, somos teus e por ti seremos
mãos feitas espadas que farão com que nunca
te nos ocultem.
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