Desconheço ainda – mas vou
estudar – como funciona o registo de uma marca.
A autorização do nome
proposto obedece a que regras? Não podem ser nomes iguais ou parecidos?
Não podem ser nomes de pessoas, de outros seres vivos? Ser o nome de locais e
geografias? serem conceitos que são patrimónios civilizacionais, tipo
religiosos, morais, éticos, estéticos, culturais.....?
Será que eu posso lançar
uma marca, com por exemplo o nome “Amor”?
Imaginemos que autorizam
(e dá a parecer que sim) e que essa marca representa um produto de consumo de
massas, pode ser na área do entretenimento.
Eu tenho muito dinheiro para gastar
numa campanha de comunicação, divulgação e publicidade à larga escala, e pela
exaustão dos meios utilizados consigo entrar na cabeça das pessoas e deixar
esse nome associado e impregnado para sempre ao produto em causa.
Cada vez que um ser humano
tiver um arrebatamento de amor, pela sua amada, pelos seus filhos, pelos
animais domésticos, por um outro qualquer fenómeno mais genérico da natureza,
imediatamente se lhe sobrepõe a imagem do produto.
Eu na realidade, amar
amar, são os meus, mas por imperativos subliminares, quando olho para o
Francisco e para a Madalena, só me vem à cabeça o logótipo daquele negocio do
entretenimento, que eu tão habilmente soube lançar no mercado com a marca “Amor”.
Portanto se eu tiver muito
dinheiro e bons contactos, com a ajuda de “facilitadores” posso comprar a
palavra Amor e fazer dela propriedade minha. E daí a ser dono da língua é só
uma questão de dólares.
Nós (nos) é um pronome
pessoal, e como indica, pertence a todos.
Nós sou eu, tu e o amigo
que aparece juntamo-nos em nós, somos cúmplices nesse trato familiar.
Nós não devia estar à
venda, porque não é de ninguém mas de
todos, ninguém em particular pode ceder a utilização desse pronome, sem
autorização de todos os outros, neste caso nós.
Da minha língua a parte
que me cabe em herança não cedo, não está à venda, façam portanto o favor de me
tirar dessa sociedade em que não assinei contracto.
E podem até vir a ter o
maior dos sucessos e facturarem milhões mas comigo não, não me enganam, por
mais perversamente que os génios da publicidade embrulhem em relampejos de criatividade,
a manipulação ao consumidor.
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