versos compilados até 1988
O actual
Vivo à porta fechada
na vida que não é aberta.
É tudo uma mascarada;
é tudo uma vilania.
Só vejo pilhas de
ramos jazendo
de árvores mortas,
sem raízes,
em cursos poluídos,
infelizes.
Sofrem hálitos
fétidos
em faces de olhos
pérfidos.
O mundo perdeu o que
era natural;
passou-se a um viver
todo artificial,
só vegetando as
plantas em ambientes de estufa.
Vamos passar a usar
no quotidiano
máscaras artificiais
sobre as naturais.
Se assim continuarmos
a viver como vivemos,
viveremos muito
pouco,
não passaremos de
enfermos.
Podridão (humana)
Sofreguidão (humana)
Vulcão (de índole
humana)
A extinção (da raça
humana)
José Amaral
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