sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

em O LIVRO EM BRANCO - página 92

Ele e eu

Não tenho mãos de bandido,
Mas iguais às dele são,
E tenho o mesmo pecado,
Que é nosso, original.
Não sigo o seu caminho,
Sigo outro, desigual.
Será que dele a sina
É outra que não é minha
Que o leva a ser o que é
E a mim ser o que ele não é?

Actos, pensamentos, divagações
E perifrásticas dissertações
Levaram-nos a sentenciar,
Que ele é o bandido
E eu não, sou o querido.


José Amaral

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