segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O amor à liberdade /arte


Em 2011, Jafar Panahi foi notícia pelo seu This Is Not a Film. Este realizador de cinema iraniano - nascido nesse país onde se proíbe a leitura de Platão, James Joyce ou García Marquez-, está proibido também de filmar durante 20 anos e foi condenado a 6 anos de prisão(alegadamente por fazer filmes contra o regime), não podendo, portanto, viajar. Obrigado a permanecer em casa, não deixou de filmar, a sua forma de vida. This Is not a Film foi rodado em casa e considera-se que este não é apenas um testemunho. É cinema. Este filme chegou a Paris numa pen escondida num bolo e depois passado ao diretor artístico do festival de Cannes. 
Este ano, Panahi venceu o festival de Berlim com Taxi! Não podendo viajar, foi a sobrinha que recebeu o prémio em seu lugar.
O júri definiu a obra como "uma carta de amor ao cinema"!
No mesmo dia em que eu soube desta nova notícia sobre esse homem admirável(Público,15 de fev),o professor Francisco Teixeira, doutorado em Filosofia, escrevia  justamente sobre a liberdade e a blasfémia, ou seja, sobre o desafio e a desobediência, referindo heróis «blasfemos» ou «desobedientes» como Prometeu, Sísifo, Jesus Cristo e Sócrates(PÚBLICO, p. 52).
Conto neste grupo com o nome de homens como Panahi e, já agora, com o nome das vítimas dos atentados em Paris e em Copenhaga...
Francisco Teixeira arremata o seu generoso texto com o seguinte: " Se somos alguma coisa que valha a pena somos a civilização (...) da superação das condições naturais e sociais da vida".

(Público, 20-2-2015)

1 comentário:

  1. Eu, do cimo dos meus 71 anos, penso compreender Jafar Panahi, apesar dele nada saber. Mas só sei que sei dele, agora, um pouco, graças a si, Céu.

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