domingo, 15 de fevereiro de 2015

Hienas

Hiena com restos de uma carcassa
Hiena
(CC0 adaptado de pixabay.com)
A Grécia está à beira do precipício. Com este governo Syriza estará a dar o tal passo em frente? Em queda para as profundezas? Talvez... Não sei se o povo grego caminha para a salvação, ou para se estatelar.

Compreendo que uns concordem e outros discordem, que se preveja de tudo e o seu contrário. Mais estranho é que haja uns quantos, mais que bastantes, que parecem desejar o falhanço grego.

Quem deseja o estalar de ossos no fundo rochoso do abismo são as hienas; para se banquetearem, chafurdando no sangue da desgraça alheia; para tolher de medo a próxima vítima.

E desejam-no as carraças, acaçapadas atrás da mandíbula, subservientes à sua hiena, sugando a sua quotazinha de sangue.





A hiena
Gosta dos blindados imobilizados no deserto
Porque as suas tripulações estão mortas
Ela pode esperar
Ela espera
Até que mil e uma tempestades de areia tenham corroído o aço
Então chega a sua hora
A hiena é o animal heráldico das matemáticas
Ela sabe que não deve haver resto
Seu deus é o zero

Hiena,
por Mão Morta, adaptado de Heiner Müller

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