Há modernices que me deixam um pouco baralhado, mas ao mesmo
tempo fico muito ufano, porque me sinto naquele ‘pelotão da frente’ que logo se
estampou no muro mais próximo.
Assim, se quero abrandar a dor de cabeça, uma vulgar
enxaqueca, já não preciso de ir consultar os magos de Belém ou de São Bento,
pois posso, a partir de agora, comprar tal antídoto, ou num café, num
restaurante, numa tabacaria, ou simplesmente num posto de abastecimento de
combustíveis, para além dos grandes espaços comerciais que já disponibilizam
tais lenitivos.
Agora, ao ver a pressão dos pneus, poderei também observar a
minha pressão arterial, ou mesmo ingerir um aditivo energético, em vez de o
colocar como suplemento no depósito do combustível.
E é e foi com tantas e por vezes inúteis modernices, que
chegamos a onde estamos, sem ponta por onde se lhe pegue, e o pior: sem cheta.
Nesse sentido, em tempos de grandes modernidades e de ‘amplas
liberdades’ sem qualquer responsabilidade, é que deliberadamente se misturaram ‘alhos
com bugalhos’, para se consumarem enormes ‘roubos de catedral’ em muitas e bem
providas instituições que tem dado o ‘berro’, aonde ‘crânios de alto gabarito’
as roubaram até ao tutano, para depois, com total desplante afirmarem, até
perante a beneplácita justiça, de que nada sabiam nem de mal nada fizeram, ou
melhor, só ocupavam e ocupam tais lugares cimeiros para se governarem à tripa
forra, conjuntamente e em conluio com os muitos amigos do peito – os trafulhas
da nação.
José Amaral
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