quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

SUBSERVIÊNCIAS

De tanto ouvir a acusação de subserviência à Alemanha, lá fui mais uma vez ao baú da nossa história dos últimos 40 anos e imaginem o que vi. Em pleno Abril/74, o PCP, afogado em subserviência à defunta URSS e à Alemanha "Democrática", prestar-se ao papel de seu verdadeiro embaixador e muito resumidamente, e por falta de espaço, vou lembrar apenas dois casos: o envio dos ficheiros da PIDE para lá da cortina de ferro e o frete na entrega do ultramar aos movimentos afectos à URSS/RDA. Daí para cá, subservientemente, sempre ao lado da URSS nos ataques aos interesses do ocidente. Após o desmantelamento da URSS e da queda do muro, subservientemente nunca se ouviu o PCP a atacar países como Irão, Síria, Cuba, Coreia do Norte ou movimentos hostis ao ocidente como a Al-qaeda ou Jihadistas pois a Rússia é a própria a vetar qualquer voto contra essa gente. E como se há de chamar ao silêncio do PCP do papel da Rússia na Ucrânia? Um conselho ao PCP: olhe-se no espelho e pergunte se haverá algo tão subserviente evitando dessa forma demonstrações de falta de pudor. Termino imitando Jerónimo de Sousa que tanto gosta de finalizar as suas intervenções citando provérbios sempre oportunos: "Quem tem telhados de vidro não atira pedras ao do vizinho". Jorge Morais


Publicada no jornal PÚBLICO em 25.02.2015

2 comentários:

  1. Já tinha lido no Público. De facto, o seu texto (Jorge Morais) veio refrescar as ideias e as memórias de um passado recente. E tem toda a razão,
    porque o texto espelha a verdade dos factos, quer uns queiram e outros não.

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  2. Agradecendo as suas palavras, aproveito a oportunidade para afirmar que nunca é minha intenção ferir susceptibilidades.

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