“Radicalizaram-se”?
Sim, foram às raízes da sua História, à Grécia Antiga de há quase 25 séculos,
reavivar uma referência radical: “O Homem é a medida de todas as coisas”
(Protágoras). O Homem e não o dinheiro, como querem que o seja, por subversão
deste pensamento do filósofo, os(as) radicais inumanos e associais do financismo,
do neoliberalismo e da tecnocracia. Sim, os gregos (re)afirmaram agora como
referência política as raízes (por definição) da democracia: as pessoas, o povo
(“demos”) que a via do radicalismo austeritário das “regras” (e como e quando
as aplicar) os colocou em descalabro humanitário.
Um bom contributo e oportunidade para que, na
Europa (e não só), os senhores (e as senhoras) do dinheiro, do poder e das
“regras” (e os que, por subserviência ou interesses, lhes reforçam o poder)
mudem o discurso, a atitude, as “regras” e as práticas económica, social e humanamente
impossíveis.
Se
isso não acontecer, não obstante o cumprimento “á risca” de todas (est)as
“regras”, pelo que por aí se está a ver pela Europa fora (incluindo,
marcadamente, na Grécia), há o risco de a esses sinais se seguir efectivamente
algo tão ou mais catastrófico e (perversamente) “radical” que a última das duas
megabarbáries que, no século passado, foi precedida de idênticos sinais.
Ou
seja, se os gregos estão a mostrar quererem tornar possível o “impossível”, é
avisado que a União Europeia aproveite e (se) reflicta e (se) cuide no sentido
de, tanto quanto possível, tornar impossível o que, perversamente, pode ser (de
novo) possível.
J.
Fraga de Oliveira
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