sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Aletria natalícia.


A evolução da cozinha portuguesa, reflete a alteração dos hábitos
alimentares das pessoas.
Em qualquer parte do mundo, a mudança dos chamados pratos tradicionais, verifica-se ao longo do tempo, devido fundamentalmente e por ordem de importância a razões financeiras, sociais e culturais.
Exemplo disso, é a ementa dos portugueses, na semana festiva do natal e ano novo.
Faz parte da nossa historia, interessante constatar que nas ultimas décadas a tradição alimentar dos nossos antepassados deixou de ser consensual.
Esta dissonância é abrangente a todas as faixas etárias, optando por uma diversificação da ementa principal (pratos de carne, peixe) e doces.
Várias receitas de carne, peixe e doces, umas vincadamente regionais, outras de âmbito nacional e outras que se projetaram além fronteiras, são imensas, refletem a evolução da cozinha portuguesa, presumo que uma das receitas mais paradigmáticas desta alteração seja a “aletria natalícia”, outrora o doce apenas confecionado nas casas abastadas, foi preterido por doces mais elaborados, vistosos e dispendiosos, tentou resistir incorporando novos ingredientes, em debalde.
Eis a receita.
Componentes:
500 g. de massa “aletria”.
1 l. de leite.
300g. de açúcar.
50 g. de manteiga.
8 gemas de ovos.
200g. de miolo de amêndoa.
Passas de corinto (q.b.).
Miolo de nozes (q.b.).
Canela(q.b.).
1 pau pequeno de baunilha.
Confeção:
A massa “aletria” põe-se a cozer num tacho, com abundancia de água, durante aproximadamente cinco minutos.
Depois de bem escorrida, volta ao lume num tacho com o leite, no qual se desfaz a manteiga, acrescente o pequeno pau de baunilha.
Deixe ferver até que a massa “aletria” tenha absorvido o leite.
Junte o miolo das amêndoas (peladas), as nozes, partidas aos bocadinhos, as passas e as gemas, previamente batidas com o açúcar, mexendo até as gemas ficarem cozidas.
Despeje numa travessa, retire o pau de baunilha e polvilhe com canela.
Este doce serve-se frio, de preferência com atenção e carinho para com aqueles que a rodeiam.
Eles retribuíram.

Comer o que se gosta não obedece a tradições, nem espera datas especificas, desejo-lhe ótimo apetite e seja feliz.


Com Amizade,
Araújo

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