quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O REINO DA LIBERDADE

Segundo Agostinho da Silva, a educação tem sido uma fábrica de fortes, de dominação. Fortes para a invenção na indústria e para a concorrência no comércio, fortes para "as defesas enérgicas e sem muitas perguntas perturbantes quando alguém nos ameaça na nossa segurança", fortes para abrirmos caminho e, sobretudo, para vencermos na vida. Na escola premeia-se a competividade e o empreendorismo e vai-se afastando a criatividade e a reflexão crítica. As artes, as ciências sociais e a filosofia vêm perdendo importância. No fundo, vai-se matando a criança que éramos num mundo onde os pais pressionam os filhos no sentido de estes serem ricos e bem-sucedidos, num mundo onde a escola, a família, o trabalho e os media nos transformam em predadores uns dos outros, onde somos castrados pela linguagem crua e vazia da finança, onde o "Big Brother" nos lava o cérebro, onde não há lugar para os fracos. No entanto, apesar de tudo, acreditamos que uma minoria esclarecida não materialista será capaz de comunicar entre si e criará uma nova força. Como diz Agostinho, "o reino que virá é o reino daqueles que foram crucificados em todas as épocas, por todas as políticas e por todas as ideologias, apenas porque, acima de tudo, amavam a liberdade e a consideravam, e não ao medo, às restrições e à força, como o grande motor do mundo;(...) é o reino que desejam para homens que não sintam obrigação alguma que não seja a de se aproximarem tanto quanto possível da divindade de ser livre, livre no viver, livre no saber, livre no criar."

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