terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Quem somos e falsas verdades


Quem sou eu? Quem és tu? Quem é você, outrora, vossemecê, ou mais ancestral, vossa mercê?
E lá passou Sua Alteza, no seu coche real! E hoje o que se vê nas estradas de Portugal? Muitos coches alemães, com gentes endinheiradas! Que tudo reclamam à sua saqueada nação, vítima da corrupção!
E, então, o que fazer? Já não vislumbro solução!
E dizem-me que há pobres. E eu acho que sim. Mas existem muitos odres que não são tão pobres assim!
Há pobreza relativa por falta de muito siso. Há outra aflitiva, sem posses e sem juízo!
Só se deve considerar rico aquele que seus sobejos distribui, pois se os deu, logo dele não eram!
E o pobre por ser só pobre, deve - tem o dever – de inverter tal mister.
A pobreza envergonhada não vem à televisão. A que nela aparece não me parece ter a falta de pão.

José Amaral

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