segunda-feira, 19 de agosto de 2019


A mim não apanham eles...


A minha afilhada Sara resistiu quanto pôde quando chegou a hora de frequentar a pré-escola; e quando lhe diziam que ia aprender muitas coisas novas, poder brincar com outros meninos, respondia que já aprendia coisas giras com a “Rua Sésamo” e que, para brincar, já brincava muito com a avó; hoje, que tem uma filha com a idade que ela tinha naquele tempo, com uma avó com quem fica o dia todo, talvez enfrente dilema semelhante.

E dou comigo a pensar como  a Sara, quando se fala em viajar para conhecer ”in situ” outras gentes, pois deve ser horrível a sensação de rejeição, de não ser bem-vindo, que é o que vem acontecendo um pouco por todo o lado, sobretudo onde a afluência de forasteiros é maior, em que são cada vez mais ostensivas as atitudes contra quem os visita.

Os críticos da ideia chamam-lhe uma “disposição de estilo fascista”, que é a proibição imposta pela Câmara de Roma, com multa pesada para quem não cumprir, de os turistas se sentarem nos degraus da escadaria da Praça de Espanha – Scalinata di Trinitá dei Monti – património mundial da UNESCO; e aos visitantes também está proibido cantar nos transportes públicos, bem como estender cuecas à janela do alojamento, enfim, aquilo que entendem por comportamentos inadequados...


Amândio G. Martins

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