quinta-feira, 8 de agosto de 2019


Era só falar...


Conheci um pândego que, na troca de palavras de circunstância, quando se cruzava com alguém conhecido, se prontificava sempre para ajudar no que fosse preciso, qualquer coisa, dinheiro, era só falar; até que, um dia, alguém aceitou a franqueza, dizendo-lhe que, já que falava nisso, estava mesmo a precisar duns dinheiritos, ao que o “mãos largas”, com a maior cara de pau, lhe respondeu: Oh, amigo, isso era só falar, porque dinheiro, nem cheta!...

E é isso mesmo que se passa com uma coisa chamada Yupido -  talvez “Yupeido”, noutra língua -  que saltou para as primeiras páginas em 2017, quando alguém descobriu, por acaso, que declarava um capital social de 29 mil milhões de euros, que ultrapassa a soma do capital de muitas grandes companhias e não se lhe conhecia qualquer actividade; isto deu origem a uma investigação do Ministério Público, que acaba de ser arquivada porque, segundo afirma o próprio fundador do “fantasma”, o seu capital declarado até podia ser igual ao PIB do país que não era crime, embora a ordem dos ROC tenha aplicado ao técnico de contas que certificava aquilo uma suspensão de dois anos.

Mas o génio que criou a coisa ainda não mostrou nada do que prometia, uma plataforma digital inovadora de armazenamento, protecção e divulgação de todo o tipo de conteúdo media, que se destacaria pelos algoritmos que a constituíam, cujo lançamento a nível mundial estava aprazado para 2018, com a criação de centenas de postos de trabalho...


Amândio G. Martins



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