Era só falar...
Conheci um pândego que, na troca de palavras de
circunstância, quando se cruzava com alguém conhecido, se prontificava sempre
para ajudar no que fosse preciso, qualquer coisa, dinheiro, era só falar; até
que, um dia, alguém aceitou a franqueza, dizendo-lhe que, já que falava nisso,
estava mesmo a precisar duns dinheiritos, ao que o “mãos largas”, com a maior
cara de pau, lhe respondeu: Oh, amigo, isso era só falar, porque dinheiro, nem
cheta!...
E é isso mesmo que se passa com uma coisa chamada Yupido - talvez “Yupeido”, noutra língua - que saltou para as primeiras páginas em 2017,
quando alguém descobriu, por acaso, que declarava um capital social de 29 mil
milhões de euros, que ultrapassa a soma do capital de muitas grandes companhias
e não se lhe conhecia qualquer actividade; isto deu origem a uma investigação
do Ministério Público, que acaba de ser arquivada porque, segundo afirma o próprio
fundador do “fantasma”, o seu capital declarado até podia ser igual ao PIB do país
que não era crime, embora a ordem dos ROC tenha aplicado ao técnico de contas
que certificava aquilo uma suspensão de dois anos.
Mas o génio que criou a coisa ainda não mostrou nada do que
prometia, uma plataforma digital inovadora de armazenamento, protecção e
divulgação de todo o tipo de conteúdo media, que se destacaria pelos algoritmos
que a constituíam, cujo lançamento a nível mundial estava aprazado para 2018,
com a criação de centenas de postos de trabalho...
Amândio G. Martins
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