terça-feira, 20 de agosto de 2019


Imbróglio interminável...


A ONG espanhola “Open Arms”, cujo barco de recolha de náufragos se mantém a menos de um quilómetro de terra, onde as autoridades italianas se recusam a deixar aportar, insiste numa atitude incompreensível, de querer desembarcar ali, embora o Governo espanhol lhe tenha já proposto outras soluções, visto não estar para conversas com o intratável Salvini.

Diz o comandante do barco que a situação é perigosa, que os passageiros estão a ter ataques de ansiedade, brigam uns com os outros e alguns já tentaram atravessar a nado a distância de terra; mas se as autoridades do seu país, pela voz da vice-presidenta do Governo, Carmen Calvo, já se prontificou a levar-lhes mantimentos, combustível e até mesmo um rebocador, para o caso de o barco estar com problemas de funcionamento, percebe-se mal que o responsável da embarcação não aproveite.

De qualquer forma,  parece insolúvel o problema do acolhimento na Europa de tanta gente que foge das guerras e da miséria; é que os socorristas, mal acabam de entregar uma carga, partem logo para recolher mais, o que dá razão aos que falam do “efeito chamada” que esta assistência permanente provoca, pois sabendo aqueles infelizes que haverá sempre quem os recolha, não deixarão nunca de continuar a tentar, incentivados também pelas máfias que ganham com a sua miséria e os atiram para o mar de qualquer maneira!...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Não me custa acreditar que o comandante do navio da Open Arms esteja a querer forçar Salvini a uma “derrota”. Mas acredito plenamente que este mais não faz do que prosseguir uma orientação profundamente interesseira, com fins meramente eleitoralistas, numa luta desenfreada pelo poder, sem olhar a meios. Porém, nestes casos, não será preferível que, antes de tudo o mais, se cuide de quem está a sofrer (e não é só psicologicamente) e deixar as trapalhadas político-burocráticas para depois?
    Já quanto ao “efeito chamada”, quem o invoca (e sei que não é o caso do sr. Amândio Martins) está a fazer quase o mesmo que incitar ao cancelamento da produção de alguns medicamentos destinados a pacientes com patologias provocadas por determinados comportamentos sociais (diabéticos, hipertensos, fumadores, etc.), só porque serão passíveis de “estimular” a continuação dos “maus hábitos”.

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  2. Essa terminologia do "efeito chamada" é muleta permanente das várias Direitas, como outras expressões pejorativas para os refugiados; em Espanha, os menores não acompanhados são MENAS, os ambulantes que tentam sobreviver vendendo pelas ruas quinquilharias diversas, gerando conflitos com logistas e peões nos passeios, porque impedem a normal circulação, são "MANTEROS". E as gritantes disfuncionalidades desta Europa Comunitária só agravam a cada dia os problemas porque, ao não darem uma saída decente para toda esta gente desesperada, vão aumenhtar os níveis de criminalidade,já sentidos em muitos lados e que a Direita aproveita desbragadamente.
    Dizia há dias o prof. Gonzalo Bernardos, da Universidade de Barcelona, que a economia espanhola precisa anualmente de 270 mil imigrantes, sobretudo para aquelas tarefas que os espanhóis já não querem, mas andam por lá milhares deles a trabalhar clandestinamente, vergonhosamente explorados, e aqueles jovens sem família que por lá vagueiam nas grandes cidades, sem poiso certo, são uma "matéria prima" de valor incalculável, se as autoridades os acolhecem e instruíssem, mas para isso era preciso uma política de integração séria, que só um governo com plenos poderes poderá encetar, e
    Espanha está com governo fraco há muitos anos. Dizia há dias Aznar que não houve nos últimos cinco anos uma única medida de fundo para os sérios problemas do país...

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