quinta-feira, 22 de agosto de 2019


Cadê a caça para tanta gente?...


Abriu a época da caça; dos 240 mil caçadores habilitados com carta, 115 mil estão autorizados desde já a matar rolas, entre o nascer do sol e as 13 horas, uma medida que, segundo se lê no JN, faz parte de um plano de preservação da espécie que, na próxima época venatória, limitará a caça a 4 dias por ano, que se estenderá também a Espanha, com Marrocos disponível para participar num estudo para verificação da raíz dos problemas desta actividade.

Eu, que “detesto” caçadores, nunca sou isento a falar disto, e quando os tiros ecoam aqui à volta faço figas para que não acertem no alvo, tropecem numa pedra e caiam de fuças; mas a verdade é que a caça é um grande negócio, que rende em vários sectores, a começar pela burocracia do Estado.

E o calendário estabelecido faz-me rir porque, esperar que esta gente, que se diverte a dizimar o que resta de espécies em extinção, vai respeitar aqueles intervalos é muita ingenuidade, para não dizer estupidez; de facto, dizer que a 1 de setembro arranca a caça à codorniz, que termina a 30 de novembro, quando começa a caça à lebre e ao coelho, que se prolonga até ao fim do ano, com a caça à perdiz e ao faisão a começar a 1 de outubro e término a 31 de janeiro.

E acredite quem quiser que o “nosso” caçador, que está agora no período das rolas, que não há, se lhe aparece pela frente uma codorniz, uma perdiz, um faisão, um coelho ou uma lebre vai resistir a puxar o gatilho, como se houvesse fiscalização suficiente para tanta espingarda esfomeada de “fogaça”...


Amândio G. Martins

1 comentário:

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